A festa de Chanucá é um mandamento respeitado por milhares de judeus, que durante os oito dias da festividade, tanto em Israel como na Diáspora, cumprem a mitzvá de acender velas.
Essas luzes lembram os milagres Divinos que permitiram que os Macabeus derrotassem as poderosas forças sírio-gregas que ocupavam a Terra de Israel e visavam extirpar o Judaísmo. Simbolizam o triunfo do bem sobre o mal, da luz sobre as trevas, da liberdade sobre a tirania. Lembram-nos que o objetivo central da vida é gerar mais luz no mundo. Isso se realiza à medida que vivemos de acordo com os princípios e as ideias simbolizadas pela luz: sabedoria, verdade, conhecimento, integridade e generosidade.
Qual a forma correta de cumprir o mandamento de acender as luzes de Chanucá? Na primeira noite da festa, acende-se uma vela. E depois, dia após dia, acrescenta-se uma vela, até que, na oitava e última noite, acendem-se todas as oito velas da Chanuquiá. Essa progressão culmina na oitava e última noite da festa, com todas as oito velas acesas.
A Chanuquiá deve ser colocada perto de uma janela, para que as luzes sejam vistas por aqueles que não estão em casa. As velas devem iluminar não apenas o interior de um lar, mas também o domínio público.
Esses dois aspectos do acendimento da Chanuquiá transmitem lições valiosas para todos os seres humanos. A progressão no número de velas acesas nos ensina que devemos sempre nos esforçar para melhorar.
Hoje, graças à tecnologia, quase tudo é instantâneo. Isso leva muitas pessoas a acreditar que grandes feitos podem ser realizados em pouquíssimo tempo. O Judaísmo, por outro lado, ensina que grandes realizações advêm de anos de esforço. Ninguém jamais adquiriu grande sabedoria, conhecimento ou espiritualidade em poucas semanas ou meses. Tudo que é adquirido sem esforço não dura muito ou não é valorizado.
As luzes de Chanucá nos ensinam que D’us não espera que sejamos perfeitos, mas exige que o ser humano se empenhe em melhorar, não medindo esforços na busca do auto-aperfeiçoamento. A melhoria constante é fundamental. Todos os seres humanos têm a obrigação de evoluir. O que o Judaísmo rejeita não é a imperfeição, e sim, a regressão e a falta de progresso.
O segundo aspecto das luzes de Chanucá – o fato de que devem estar posicionadas em direção ao domínio público – ensina que não é suficiente que o homem gere luz apenas para si próprio, deve também compartilhá-la. Uma pessoa pode ser uma grande fonte de luz, mas se não a utilizar para abrilhantar o mundo, não terá cumprido sua missão na Terra.
As duas lições de Chanucá – o auto-aperfeiçoamento ininterrupto e a responsabilidade com os outros – estão entrelaçadas. Quanto mais luz se compartilha com o mundo, mais luz se consegue gerar para si próprio.
A humanidade hoje enfrenta grandes desafios. Há muita violência, caos, novas epidemias no mundo e ameaças de terrorismo. Há certos momentos de profunda escuridão quando são cometidos atos terríveis. A alma do Povo Judeu foi mais uma vez atingida pelo ataque perpetrado por terroristas, em novembro último, numa sinagoga em Jerusalém, enquanto os fiéis rezavam. Um ato de covardia absolutamente deplorável onde quer e contra quem fosse. O Mundo Judeu está revoltado.
Não obstante, o Judaísmo nos ensina a enfrentar tragédias e desafios com coragem. Devemos difundir ainda mais luz e incentivar outras pessoas a fazerem o mesmo. A luz, simbolizada pelas luzes de Chanucá, é a solução para essa época turbulenta pela qual passamos.
Toda vez que um ser humano acende uma vela, realiza um ato de bondade, sabedoria ou santidade, está ajudando a iluminar o mundo. Quando uma quantidade suficiente de velas for acesa, iniciar-se-á uma nova era: um novo mundo emergirá – um mundo em que haverá paz e prosperidade para todas as nações e seres humanos.
Chanucá Sameach!
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Acendimento das velas