Tishá b’Av, o 9º dia do mês de Av, que este ano cai em 13 de agosto, é o dia nacional de luto para o Povo Judeu. Nesta data, foram destruídos o Primeiro e o Segundo Templos Sagrados de Jerusalém.
Nossos Sábios ensinam que a falta de união em meio ao Povo de Israel resultou na queda do Segundo Templo, destruição essa que marcou a perda da soberania judaica na Terra de Israel. Desde a derrota frente ao Império Romano, no ano 70 E.C., o Povo Judeu foi enfrentando uma série de catástrofes que culminariam no Holocausto. Somente em 1948, com a fundação do Estado de Israel, o Povo de Israel recuperou a soberania sobre a Terra de Israel.
O Estado de Israel é o lar de todos os judeus. É a única garantia de que nunca mais um judeu será apátrida e que nosso povo jamais ficará indefeso diante daqueles que busquem destruir-nos. Nossa resiliência e tenacidade emergem da simples verdade de que o Povo Judeu é uma família, e Israel é o seu lar. Assim sendo, devemos sempre protegê-lo para garantir a segurança da nossa família – Am Israel, o Povo de Israel.
Em 7 de outubro de 2023, o Estado de Israel sofreu o maior ataque de sua história. Foi o dia mais trágico na história do Povo Judeu desde o Holocausto. Nos meses anteriores a esse ataque, a população de Israel estava mais dividida politicamente do que nunca. Militares, jornalistas e especialistas em geopolítica demonstraram preocupação, alertando tanto o governo quanto seus adversários que essas divisões estavam tornando o Estado Judeu mais vulnerável a ataques externos.
Nos dias que se seguiram ao ataque de 7 de outubro, presenciamos atônitos um aumento do antissemitismo, alcançando níveis não vistos desde a 2ª Guerra Mundial. Em muitos países europeus e nos Estados Unidos, o ódio aos judeus explodiu nas ruas, universidades e, acima de tudo, nas redes sociais. Como afirmou o presidente do Congresso Judaico Mundial, Ronald S. Lauder: “Por um breve momento após 7 de outubro, o mundo mostrou empatia pelo Estado Judeu. Mas, poucos dias após o ataque – enquanto Israel ainda contava seus mortos – vimos o mundo voltar-se contra nós. Mal percebemos que estávamos testemunhando o desenrolar da primeira guerra premeditada e completa nas redes sociais contra um povo e uma nação – a nossa. Os inimigos de Israel estavam bem preparados para lançar sua campanha global culpando as próprias vítimas do ataque terrorista”.
As mentiras e infâmias que foram ditas sobre nós, judeus, ao longo dos milênios – são hoje propagadas sobre o Estado de Israel. Culpar a vítima é uma prática comum em diversas formas de preconceito e racismo. As falsas e injustas condenações contra Israel são claramente manifestações de antissemitismo.
A tragédia ocorrida em 7 de outubro fez com que os israelenses se unissem para defender seu povo e sua pátria e também fortaleceu os laços entre os judeus do país e os da Diáspora. A guerra que Israel enfrenta por sua própria sobrevivência demonstra ao Estado Judeu o quanto depende do apoio da Diáspora. Quando a guerra começou, muitos judeus que moravam fora de Israel retornaram imediatamente ao país, seja para lutar ou para ajudar a população. Por outro lado, a explosão de antissemitismo no mundo confirma o que a História Judaica nos ensina há dois milênios: nenhum judeu, no mundo, está verdadeiramente seguro sem um Israel forte e soberano.
No fechamento desta edição recebemos a emocionante notícia de que, numa operação conjunta planejada meticulosamente, as forças israelenses conseguiram resgatar, com incrível bravura e precisão, quatro reféns em Gaza. Infelizmente nessa heróica operação, o comandante Arnon Zamora – chefe de antiterrorismo na Polícia – foi gravemente ferido e não resistiu. A notícia do resgate deu um alento a nosso povo depois de tantos meses de sofrimento e nos lembrou de que unidos somos mais fortes.
Mas, não devemos nos unir apenas em momentos de crise ou quando somos atacados, principalmente porque a História Judaica nos ensina repetidamente que a desunião do Povo Judeu nos torna vulneráveis. A única forma de combater as ameaças a Israel e às comunidades judaicas, fora do Estado Judeu, é através da união. Portanto, hoje, mais do que nunca, há um chamado coletivo para que todos os judeus do mundo se unam para, juntos, superarmos esses tempos difíceis. Am Israel Chai!
“Em 1945, eu acreditava que o antissemitismo houvesse morrido em Auschwitz, mas estava errado. Suas vítimas pereceram, o antissemitismo não”. – Elie Wiesel.
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