A festa de Chanucá celebra a vitória militar dos Macabeus sobre os greco-sírios, ocorrida há aproximadamente 2.200 anos. Após derrotar os poderosos exércitos do Imperador Antíoco IV, os Macabeus, oriundos de uma família de Cohanim, os Chashmonaim, recapturaram o Templo Sagrado de Jerusalém, purificaram-no e reiniciaram seus serviços.
Dentre estes, diariamente os Cohanim, sacerdotes, realizavam no Templo Sagrado, o acendimento do candelabro de sete braços – a Menorá de ouro – com azeite de oliva ritualmente puro. Quando os Macabeus recapturaram o Templo, descobriram que os greco-sírios haviam propositalmente profanado os jarros com o azeite usado para acender a Menorá. Encontraram um único vasilhame, com conteúdo suficiente para mantê-la acesa por apenas um dia, sendo que levaria oito dias para produzir mais quantidade.
Os sacerdotes acenderam a Menorá com a quantidade que tinham e, milagrosamente, o pequeno suprimento, que daria apenas para um dia, ardeu ininterruptamente por oito dias – tempo suficiente para a produção de novo azeite. Este milagre constituiu um sinal de D’us de que a vitória militar dos Macabeus havia sido um ato de graça Divina.
À Festa das Luzes foi dado o nome de Chanucá, que significa “inauguração”, porque essa festividade celebra a reinauguração do Templo Sagrado de Jerusalém, particularmente do Altar, depois que os Macabeus o recapturaram dos greco-sírios. Mas o nome Chanucá também é derivado da palavra hebraica Chinuch – educação – um tema central dessa festa. Na tentativa de promover a assimilação em massa entre o Povo de Israel, os invasores emitiram decretos contra a educação judaica – contra o estudo e o ensino da Torá – e proibiram a prática dos mandamentos que constituem os sinais eternos entre D’us e o Povo Judeu – a circuncisão e a observância do Shabat e Rosh Chodesh. De fato, ao longo da história do Povo de Israel, a falta de conhecimento judaico e a assimilação andaram de mãos dadas.
Os judeus que se levantaram contra os exércitos do Imperador Antíoco IV entendiam que a verdadeira luta entre Jerusalém e Atenas não era política, e sim, religiosa e cultural. Eles compreendiam que a educação era central para o Judaísmo.
Como escreveu o Rabino Lorde Jonathan Sacks ZT’L: “Para defender um país fisicamente, precisa-se de um exército, mas para defender uma civilização, é necessário que haja educação, educadores e escolas…. De fato, a história judaica nos ensina que a educação representa a ferramenta mais poderosa para preservar o Judaísmo. É um dos segredos de nossa capacidade de sobreviver como povo, e até mesmo de prosperar, durante séculos de exílio e adversidade. O objetivo da educação judaica deve ser a transmissão dos nossos valores. Queremos que nossos jovens tenham orgulho de sua identidade, seja ela de forma intelectual, ética ou espiritual; um senso de responsabilidade com a comunidade, nosso povo e a sociedade em geral, e o desejo de passar isso para seus filhos, e de uma geração a outra” – LeDor VaDor.
Ser um judeu comprometido requer o envolvimento com o mundo; e somente se o fizermos enquanto judeus orgulhosos e comprometidos estaremos dando nossa singular contribuição à humanidade, de modo integral. Temos que estar preparados para nos engajarmos com o restante do mundo como judeus, de forma assumida e sem fazer concessões.
Ano após ano, o Povo Judeu comemora Chanucá porque essa festa celebra muito mais do que uma vitória militar ocorrida há mais de dois milênios. A festa de Chanucá, cujo mandamento central é o acender das luzes da Chanuquiá, simboliza a luta perpétua para manter acesa a chama do Judaísmo.
Chanucá celebra a atemporalidade do Judaísmo e a guerra espiritual que devemos empreender, em todas as gerações, para manter a luz da Torá acesa, eternamente.
Que as luzes emitidas pelas Chanuquiot acesas em todo lar judaico, mundo afora, tragam paz para toda a humanidade e mantenham o espírito judaico brilhando ao longo dos séculos, em uma luz eterna.
Chag Chanucá Sameach!
A festa de Chanucá se inicia no dia 25 de Kislev, 18 de dezembro, este ano, à noite. o acendimento das velas vai até 2 de Tevet - 25 de dezembro, à noite.
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Acendimento das velas