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dezembro 2018
Ed. 102

Carta do leitor

ANO XXVI
N. 102
dezembro 2018
CARTA AO LEITOR: ANO XXVI N.102 dezembro 2018

Chanucá é uma festa de oito dias que celebra milagres ocorridos há mais de dois milênios. Sua história é conhecida: após derrotar o exército sírio, os Macabeus reconquistaram o Templo Sagrado de Jerusalém e reinauguraram os serviços religiosos.

Um dos rituais diários mais importantes do Templo era o acendimento da Menorá, que simbolizava a luz da Torá e do Povo de Israel. A Menorá era acesa com jarros de azeite de oliva ritualmente puro, que traziam o selo do Cohen Gadol. Quando os Macabeus retomaram o Templo Sagrado, descobriram que os gregos haviam intencionalmente contaminado o azeite purificado de acordo com o ritual. No entanto, por algum milagre inexplicável, um jarro permanecera imaculado. Continha azeite suficiente para acender a Menorá por apenas um dia. Não obstante, os Macabeus acenderam-na com esse único jarro. Um milagre ocorreu: o azeite, que deveria ter durado apenas um dia, queimou durante oito.

O milagre do azeite é famoso – inspira e encanta as pessoas. Contudo, levanta muitas questões importantes. Uma delas é: por que os gregos propositalmente contaminaram o azeite do Templo Sagrado? Eles não o usaram em benefício próprio; simplesmente o profanaram.

Uma das respostas a essa pergunta é que, ao profanar o azeite utilizado para acender a Menorá, os gregos transmitiam ao Povo de Israel a mensagem de que o principal alvo de sua guerra contra eles era o Judaísmo.

A guerra entre gregos e judeus não constituía apenas mais um conflito entre nações – não concernia território, política, economia ou poder. Constituía uma guerra espiritual. Havia algo sobre o Judaísmo que muito incomodava aos gregos e, por esse motivo, profanaram o Templo Sagrado e macularam o azeite da Menorá.

Os gregos não foram os primeiros nem os últimos a declarar guerra contra o Judaísmo. Cabe a pergunta: por que esse poderoso império se incomodava tanto com as práticas religiosas de uma nação numericamente inexpressiva, que vivia sob sua ocupação? Por que, ao longo da história, tantos regimes poderosos se incomodaram tanto com o Judaísmo e com os judeus, não medindo esforços para convertê-los ou exterminá-los? Por que razão os líderes dessas nações se incomodavam tanto com um povo cuja população é estatisticamente insignificante comparada ao restante da humanidade?

Uma das respostas é que a chama do Judaísmo constitui uma ameaça a déspotas e ditadores. Na história de Chanucá, o Rei Antiochus, que exigia ser reverenciado como uma divindade, não tolerava uma nação cujo propósito de existência é a afirmação de que o mundo tem apenas um D’us – o Rei Eterno e Verdadeiro. A profanação proposital do azeite do Templo simboliza a tentativa dos gregos de extinguir uma fonte muito poderosa de luz, que ameaçava sua ideologia secular, e que, em muitos aspectos, constituía a antítese do Judaísmo.

Celebramos a festa de Chanucá mesmo que os milagres tenham ocorrido há mais de dois milênios, porque em toda geração as trevas se levantam para tentar extinguir a Luz de Israel. O milagre do óleo – o fato de um único jarro de azeite ritualmente puro ter sobrevivido à profanação dos gregos e ter queimado por oito dias – ensina que a Luz do Judaísmo, personificada pelo Povo Judeu, jamais será extinta. Todos aqueles que tentaram extingui-la, fracassaram.

O Zohar, obra fundamental da Cabalá, ensina que assim como o homem é mortal, todas as suas obras também o são: é por esse motivo que mesmo o Templo de Jerusalém, construído por seres humanos, pôde ser destruído. Contudo, continua o Zohar, tudo que é Divino é, por definição, imortal. O Judaísmo é Divino e, portanto, eterno.

Na Festa das Luzes, milhões de judeus ao redor do mundo acenderão as velas de Chanucá, que simbolizam a eternidade do Fogo Divino e o triunfo da luz sobre as trevas. As chamas das velas de Chanucá constituem um vislumbre do dia em que a luz prevalecerá definitivamente sobre a escuridão e o mundo inteiro será iluminado pela Luz Divina.

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