A educação faz parte da cultura nacional de Israel, e o alto nível do Ensino Superior no país é elogiado por estimular o desenvolvimento econômico e promover o boom tecnológico. Uma das consequências da excelência no ensino em suas universidades foi o aumento no número de alunos de todo o mundo interessados em dar continuidade a seus estudos em universidades israelenses.

O QS World University Ranking1 é uma publicação anual inglesa que contém a classificação total e por matéria de todas as instituições de ensino superior do mundo. Em seu relatório do último ano, publicado em abril de 2020, sete das 34 instituições de ensino superior de Israel constam do ranking das 100 melhores universidades do mundo.

Em sua 10ª edição, o trabalho analisou mais de 13.100 programas escolhidos dentre 1.368 instituições acadêmicas de nível superior, em 83 cidades. De Israel, foram avaliados 86 programas. O estudo considera quatro indicadores: reputação acadêmica, reputação no mercado profissional, citações em papers (artigos científicos) e o índice H – uma ferramenta que mede a produtividade da infraestrutura de pesquisa instalada para o programa em questão. O Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT, em Boston, EUA) foi o líder mundial em 12 programas, seguido por Harvard, com 11, e Oxford com oito.

À frente das instituições israelenses está a Universidade Hebraica de Jerusalém (UHJ) com quatro programas – o Departamento de Teologia, Divindade e Estudos Religiosos foi considerado o 11º melhor do mundo; sendo que seu Departamento de História Clássica e Antiga se classificou em 34º lugar.

A educação sempre foi uma prioridade para os judeus, em todas as épocas, e o mesmo ocorre com o Estado de Israel desde antes mesmo da independência, em 1948. As primeiras universidades surgiram entre as décadas de 1910 e 1930, criando a base para o desenvolvimento científico, industrial e tecnológico e fazendo do país um celeiro de inovação internacionalmente reconhecido e visita obrigatória para acadêmicos, empresários e novos empreendedores. Fortemente comprometidas com formação de excelência, pesquisa e desenvolvimento, as universidades foram fundamentais para transformar Israel em uma nação empreendedora e incubadora de projetos de tecnologia de ponta, uma verdadeira Start-up Nation”.

A excelência de seu ensino superior foi reconhecida pelo QS Higher Education System Strength Ranking, publicado pela primeira vez em 2016, no qual ganhou um destacado 28º lugar como o mais forte sistema educacional nacional. O país possui nove universidades e várias outras faculdades. O hebraico é o idioma oficial dos programas, mas algumas oferecem opções em inglês.

No Global Innovation Index, de 2019, uma publicação conjunta da Universidade Cornell, INSEAD (Business School for the World) e WIPO (World Intellectual Property Organization), Israel surge como a economia mais inovadora do Norte da África e da Ásia Ocidental. No item economia inovadora em termos globais, pela primeira vez o país ficou entre os dez primeiros. No que se refere ao registro internacional de patentes, Israel também se classificou entre os dez primeiros, ao lado do Japão e da República da Coreia.

Por trás dessa história de sucesso está o que tem sido definido de ecossistema de inovação, que envolve empreendedores, talentos individuais e instituições de ensino de nível superior, além de agências governamentais e financeiras, atuando de forma entrosada e colaborativa. Com mais empresas start-ups na área de high-tech logo após os Estados Unidos, Israel está conquistando seu espaço como o próximo grande centro na área de biotecnologia.

Por que estudar em Israel?

Israel pode ser o lugar certo para quem está em busca de um ambiente acadêmico comprometido com a excelência, pronto a oferecer quadros docentes internacionalmente reconhecidos, que incluem ganhadores de Nobel, laboratórios avançados de várias áreas, desafios de aprendizagem, além de uma história milenar e de grande diversidade cultural. Suas universidades fazem parte dos mais diferentes rankings internacionais, sendo possível até estudar em inglês em alguns dos programas oferecidos. Inovação é palavra de ordem num país que se tornou conhecido, em todo mundo, como start-up nation. Celeiro de tecnologia de ponta, o país registra o maior investimento per capita neste tipo de empresa. Foi considerado, por mais de uma vez, o terceiro país mais inovador do mundo pelo Índice Fórum Global de Competitividade do Fórum Econômico Mundial. Estudar em Israel é a oportunidade de fazer parte deste ecossistema onde empreendedorismo já é parte da cultura local.

O reconhecimento do alto nível das suas instituições acadêmicas atrai um número cada vez maior de estudantes estrangeiros, o que possibilita também uma experiência de convivência com pessoas de diferentes universos culturais e permite, também, uma vivência única e enriquecedora. Dados do Conselho para Educação Superior israelense indicam que atualmente há cerca de 12 mil estudantes estrangeiros nas universidades e faculdades do país.

O Instituto Technion de Haifa

O Technion é a instituição de ensino superior mais antiga de Israel, tendo sido criada em 1912. Um de seus principais apoiadores foi Albert Einstein, que visitou o campus em 1923. O Instituto cresceu rapidamente, tornando-se pioneiro em áreas como biotecnologia, células-tronco, espaço, ciências da computação, nanotecnologia e energia.

Classificado entre as 50 melhores instituições de ensino tecnológico do mundo, o Technion é uma importante fonte de inovação e inteligência que impulsiona a economia israelense. Seus formandos representam 70% da força de trabalho no setor de alta tecnologia, estabeleceram a infraestrutura industrial de Israel, reforçaram suas capacidades de defesa tecnológica e foram pioneiros em suas empresas de base tecnológica. O Technion é a única universidade israelense que possui campus no exterior – em Nova York, em parceria com o Jacobs Technion-Cornell Institute; e na China, o Guangdong Technion Institute. Com 18 faculdades e 60 institutos de pesquisa, oferece 50 cursos de graduação e 82 de pós-graduação. Atualmente, conta com 14 mil alunos e 620 professores. Mantém também parcerias com 12 hospitais e universidades no exterior, num total de 200 convênios. Além dos cursos em hebraico, o Technion oferece atualmente dois cursos de graduação em inglês: Engenharia Mecânica, com foco em robótica, e Engenharia Civil, em meio ambiente.

Em 2004, o Nobel de Química foi para os professores Aaron Ciechanover e Avram Hershko, da instituição, ao lado do norte-americano Irwin Rose. Foram premiados por suas pesquisas, na década de 1980, que ajudaram a Ciência a compreender o mecanismo utilizado pelo corpo humano para decompor proteínas indesejadas e, assim, proteger-se de doenças, como a leucemia e a fibrose cística. Em 2011, também o Nobel de Química foi para Dan Shechtman, por sua descoberta dos chamados quase-cristais2.

Universidade de Tel Aviv

Fundada em 1956, a Universidade de Tel Aviv (UTA) é a maior de Israel, com cerca de 30 mil alunos, dos quais 14 mil na área de pós-graduação. Composta por nove faculdades e 126 escolas e departamentos, além de 400 laboratórios, em todo o espectro de Ciências, Humanidades e Artes, é um dos grandes centros de pesquisa de Israel. A instituição está envolvida em mais de cinco mil projetos inovadores em disciplinas clássicas e áreas de ponta, desde a bioinformática até a nanotecnologia. Conta com mais de mil professores e 1.400 da área médica que atuam em 17 hospitais. Mantém parcerias com mais de 150 das principais instituições acadêmicas e corporativas do mundo, promovendo regularmente programas internacionais conjuntos em seu campus, além de acordos de cooperação com mais de 280 instituições, em 46 países.

Nos rankings internacionais, a UTA vem aparecendo, nos últimos anos, na lista da Reuters das “Top 100 Innovation Universities”; em 2017, em oitavo lugar no ranking mundial de formandos que criaram “unicórnios”, empresas que valem U$ 1 bilhão ou mais, sendo a única instituição incluída na lista das dez delas localizadas fora dos Estados Unidos. No Ranking de Shangai de 2017, foi incluída entre as 100 mais destacadas nas áreas de Economia, Estatística, Ciências Políticas e Psicologia.

Ocupa, ainda, a quinta posição de instituições escolhidas para concessão de recursos financeiros do European Research Council, dentre 172 instituições europeias.

Universidade Hebraica, de Jerusalém

A Universidade Hebraica de Jerusalém, fundada em 1918 e inaugurada oficialmente em 1925, foi classificada em 2020 entre as 100 principais universidades do mundo e a primeira entre as israelenses. Inspirada na visão de dirigentes sionistas de criar um centro de ensino superior no Estado de Israel, teve sua pedra fundamental colocada em 1918 no Monte Scopus por Chaim Weizmann (que viria a ser o primeiro presidente do país). O reconhecimento alcançado pela UHJ ao longo de sua história confirma sua reputação de excelência e liderança na comunidade científica. Grandes personalidades, como Albert Einstein, Martin Buber, Sigmund Freud e Chaim Weizmann, passaram pelos quadros da instituição. Entre seus 1.500 atuais professores estão o vencedor do Nobel de Economia de 2005, Robert (Yisrael) Aumann, por suas pesquisas sobre a Teoria dos Jogos.

A partir de três institutos centrais de pesquisa - Química, Microbiologia e Estudos Judaicos – a Universidade criou faculdades e diversos institutos que se dividem atualmente em quatro campi: Monte Scopus, Guivat Ram, Ein Kerem e Rehovot. A universidade oferece os cursos de graduação em hebraico e os de pós-graduação e de verão em inglês, quase todos. Dentre seus institutos de renome internacional, destacam-se o Centro Médico Hadassa, principal faculdade de medicina do país, e as faculdades de Agricultura, Nutrição e Meio Ambiente. A UHJ mantém 209 programas de intercâmbio para estudantes com 95 instituições acadêmicas, em 24 países; 220 pesquisadores de pós-doutorado, em 26 países; 320 acordos de cooperação com instituições de 44 países, além de receber anualmente alunos do exterior para os diversos cursos oferecidos pela Rothberg International School.

Instituto Weizmann de Ciências

Localizado em Rehovot, o Instituto Weizmann de Ciências é uma das mais respeitadas instituições de pesquisa multidisciplinar no mundo, oferecendo apenas programas de pós-graduação. Possui cerca de três mil cientistas, estudantes, técnicos e equipe de apoio. Sempre em busca de novos caminhos no combate às doenças, desenvolver novas tecnologias e materiais e criar estratégias para proteger o meio ambiente, o Instituto foi destacado recentemente pela revista Nature como um dos dez mais inovadores do mundo (o único fora dos EUA).

Em seus laboratórios foram desenvolvidos os fundamentos de sete dos 25 medicamentos mais vendidos no mundo. Sua área de atuação é ampla e inclui desde Matemática, Física, Astronomia até Ciências do meio ambiente. Ali foi construído um dos primeiros computadores do mundo e criado o exame amniocentese, para mencionar apenas dois exemplos. Foi considerado um dos principais institutos multidisciplinares do mundo pelo U-Multirank de 2019 em duas categorias principais: publicações mais citadas e patentes concedidas. O estudo, realizado desde 2014, é uma iniciativa da Comissão Europeia e coleta informações sobre centenas de institutos, no mundo todo.

Em 2009, a professora da instituição, Ada Yonath, foi vencedora do Prêmio Nobel de Química, após mapear os ribossomos — estruturas celulares responsáveis pela produção das proteínas.

Universidade de Haifa

Fundada em 1963, a Universidade de Haifa tem aproximadamente 18 mil alunos distribuídos nas áreas de Humanidades e Ciências Sociais, Direito, Bem-Estar Social, Ciências da Saúde, Ciências da Educação, Economia, Ciências da Engenharia, Ciências Naturais, Negócios e Gestão, e Ações Comunitárias.

É a instituição de ensino mais importante do Norte de Israel, dedicando-se tanto à formação dos alunos para um mercado competitivo quanto à pesquisa e desenvolvimento, além de atuar para o fortalecimento da economia regional. Um de seus princípios mais importantes, é a manutenção de um ambiente acadêmico multicultural e de tolerância.

Com seis faculdades, 56 departamentos, oito escolas e 69 centros e institutos de pesquisa, a Universidade de Haifa vem conquistando o reconhecimento internacional em uma série de campos, entre os quais, Saúde Pública, Segurança, Estudos do Holocausto, Pesquisa do Câncer, Neurociências, Bioinformática e Ciências Marinhas.

Universidade Ben-Gurion

A Universidade Ben-Gurion, em Beersheva, sul do Israel, foi fundada em 1969. Inicialmente denominada Universidade do Neguev, teve seu nome mudado em 1973, após a morte do lendário David Ben-Gurion, que ocupou o cargo de primeiro-ministro após a criação do Estado, em 1948, e que era grande defensor do Neguev.

Conta atualmente com 20 mil estudantes e, desde sua criação, já formou 130 mil alunos. Além dos cursos proferidos em hebraico, oferece, ainda, 18 programas de graduação em inglês, atraindo estudantes estrangeiros, e um programa de estudos no exterior.

A universidade possui três campi principais: Marcus Family Campus em Beersheva; o campus de pesquisas em Sde Boker e um terceiro campus em Eilat. É sede também de vários outros institutos, como o Instituto Nacional para Biotecnologia do Neguev; o Instituto Nacional de Energia Solar; o Instituto Ilse Katz para Nanociência; o Instituto Jacob Blaustein para Pesquisa do Deserto; o Instituto Ben-Guiron para Estudo de Israel e do Sionismo e o chamado Heksherim, Instituto de Pesquisa para Literatura e Cultura Judaica e de Israel.

Como as demais universidades israelenses, a Ben-Gurion também desenvolve projetos de pesquisa e desenvolvimento em várias áreas, envolvendo alunos e professores em seus avançados laboratórios e mais de 60 centros interdisciplinares de pesquisa. Neles, também, a pesquisa básica caminha ao lado da pesquisa aplicada. É considerada líder em pesquisa ambiental e sustentabilidade, tendo criado um projeto denominado “Campus Verde”, através do qual investe em pesquisas para energias alternativas e renováveis.

A universidade é parceira de instituições públicas e empresas na implantação do Parque de Tecnologias Avançadas, localizado próximo ao Marcus Family Campus, beneficiando o desenvolvimento regional através da criação de um polo de tecnologia inovador na região, com a presença de multinacionais e grandes empresas israelenses. Próximo ao parque será erguido o Centro de Pesquisa e Desenvolvimento de Alta Tecnologia das Forças de Defesa de Israel. A universidade tem sido uma peça fundamental no desenvolvimento industrial, agrícola e educacional de toda a região do Neguev. Mais de 6 mil alunos estão envolvidos em uma série de projetos comunitários e sociais.

Transferência de Tecnologia

A transferência de tecnologia das universidades para o setor industrial faz parte da rotina acadêmica de Israel. Assim sendo, há décadas vêm sendo criados Escritórios de Transferência de Tecnologia (ETT) em todas as universidades e na maioria dos centros e institutos de pesquisas do país. Estes ETTs têm gerado mais dividendos resultantes de registros de propriedade intelectual do que o que se vê em muitos países, nos últimos anos, à exceção dos Estados Unidos. Por trás desse sucesso há dois pontos a destacar: de um lado, o setor militar, que concentra suas pesquisas em poucas áreas, incluindo grandes volumes de dados e criptografia; do outro, as universidades, ativas em vários outros segmentos. Mais recentemente, na área de Biofarma.

Os ETTs têm sido responsáveis por boa parte das inovações e avanços de Israel, com a criação de empresas e acordos de licenciamento para a indústria oriundos de pesquisas das nove universidades israelenses e 11 instituições de pesquisa nacionais. Em 2019, foram responsáveis por quase mil pedidos de registro de patentes e pela criação de mais de 70 start-ups. Atuam como braço comercial das invenções e descobertas desenvolvidas pelos professores e estudantes, sem perder de vista seus objetivos de formação de profissionais de excelência e investindo no aprimoramento da pesquisa básica. Recentemente têm-se voltado, também, para suas aplicações no mercado financeiro.