Avó paterna do Rei Charles III, novo monarca britânico, a Princesa Alice é recordada pelo povo judeu por ter salvado uma família judia em Atenas, durante a 2a guerra, escondendo-a dos nazistas. levou uma vida de altruísmo e dedicação a terceiros e, por seu desejo explícito, foi enterrada aos pés do Monte das Oliveiras, em Jerusalém. Do palácio ao convento, a vida da princesa Alice foi muito pouco convencional.
As páginas de sua vida em nada se parecem a um conto de fadas. Criada como princesa, já adulta ela renunciou à vida da realeza. A família a trancou em hospitais para saúde mental onde os psiquiatras, entre os quais Sigmund Freud, a submeteram a tratamentos experimentais. Com grande força de vontade, Alice superou uma deficiência auditiva, lutou contra a doença mental e acabou sendo uma inesperada heroína na 2a Guerra Mundial. Ainda que suas filhas se tivessem casado com nazistas, ela se arriscou e abrigou uma família judia durante o Holocausto. Por sua bravura, Alice de Battenberg foi condecorada por Yad Vashem como “Justa Entre as Nações”.
Sua vida foi notável. Apesar de seus pais serem mais alemães do que ingleses, Alice foi criada como uma princesa inglesa. Nasceu no Castelo de Windsor1, em 1885, recebendo o nome de Princesa Victoria Alice Elizabeth Julia Marie. Era filha do Príncipe Louis de Battenberg e da Princesa Victoria de Hesse. A bisavó de Alice foi a Rainha Victoria, da Grã-Bretanha2. Isso significa que seu filho, Philip, e a Rainha Elizabeth, com quem ele viria a se casar em 1947, eram primos de 3º grau. A Princesa Alice tinha vínculo familiar com a maioria das famílias reais europeias.
Desde pequena era diferente do restante de sua família. Diagnosticada, ainda menina, com uma surdez congênita, mesmo assim ela conseguiu aprender leitura labial em diferentes idiomas, falando fluentemente inglês e alemão.
Em 9 de agosto de 1902, aos 17 anos de idade, Alice compareceu à coroação do Rei Eduardo VII, filho da Rainha Victoria, em Londres. Lá conheceu e se apaixonou perdidamente pelo Príncipe Andrew, da Grécia e Dinamarca, quarto filho do Rei George I da Grécia e de Olga Constantinovna, da Rússia. Alice e Andrew se casaram em uma cerimônia alemã pouco mais de um ano depois, em 6 de outubro de 1903. Alice e Andrew viveram na Grécia, onde tiveram cinco filhos, sendo quatro meninas e um menino – Philip, único varão e o mais novo dos cinco, que mais tarde se casaria com a Princesa Elizabeth, da Grã-Bretanha.
Entre 1905 e 1912, Alice levou uma vida despreocupada, viajando pela Europa e fazendo seu trabalho de caridade enquanto o marido, Príncipe Andrew, se dedicava à sua carreira militar, no exército grego.
Quando irromperam as guerras nos Bálcãs, em 1912, a Princesa Alice não hesitou em partir para a linha de frente, organizando e trabalhando nos hospitais de campanha. Testemunhando os horrores da guerra, ela não hesitava em fazer curativos e aplicar bandagens nos inúmeros feridos. Por esse trabalho, foi condecorada com a Cruz Vermelha Real, em 1913.
Dois Exílios Reais
Em 1913, o cunhado de Alice, Constantino I, torna-se Rei da Grécia. Em 1917, durante a 1a Guerra Mundial, ocorre o primeiro dos vários exílios da realeza grega. O Rei Constantino é expulso da Grécia em virtude de suas várias alianças que favoreciam a Alemanha. A família real grega se exila na Suíça. Entre eles, Alice e sua família.
Em 1920, após o término da Guerra, o poder é restituído a Constantino I, que, juntamente com a família real, entre os quais seu irmão Andrew e Alice, retorna à Grécia. Sua permanência, no entanto, seria breve e, em 1922, ele e toda a família real novamente tiveram que fugir. A família da Princesa Alice refugia-se em Paris. O Príncipe Philip era apenas um bebê de colo. Esconderam-no numa cestinha de laranjas, fazendo as vezes de berço, e assim foi removido da Grécia, seu país natal – um fato repetidamente mencionado no seriado The Crown, da Netflix.
Terminava assim a vida real da Princesa Alice. Sua família perdera seu propósito e suas perspectivas de um futuro real. Esses eventos tiveram enorme impacto em Alice, que se voltou à religião, como forma de consolo – ao ponto de que em 1928, com 43 anos de idade, ela anunciava uma súbita e inesperada conversão à Igreja Greco-Ortodoxa.
No final da década de 1920, sua família demonstrou grande preocupação com a saúde mental da Princesa. Relatando incessantes alucinações religiosas, Alice acaba tendo um colapso nervoso. Desesperada, a família recorre à nova ciência, muito falada, a Psiquiatria. Em fevereiro de 1930, Alice é internada na Clínica do Dr. Ernst Simmel, nos arredores de Berlim. Simmel, um dos primeiros colaboradores de Sigmund Freud, diagnosticou a princesa com esquizofrenia paranoide3.
Consultado, o Dr. Freud prescreve o tratamento experimental a que Alice foi submetida. Um dos tratamentos era a aplicação de Raios-X em seus ovários, visando provocar uma menopausa antecipada como forma de “diminuir o nível de seus hormônios”.
Alice abandona o tratamento e retorna à sua família, autodeclarando-se curada. Sua mãe, no entanto, continua estranhando seu comportamento. Em 2 de maio de 1930, enquanto seu filho, o Príncipe Philip, então com oito anos, estava fora de casa, Alice é sedada, à força, e enviada para o Sanatório Bellevue, na Suíça.
Sua própria família a confinava à internação. Abandonada pelo marido e familiares, ela continuava convencida de sua sanidade mental e por isso fez repetidas tentativas de escapar de lá, todas em vão. E lá ela permaneceu, retida e afastada de tudo, por mais dois anos.
Durante sua estada em Bellevue suas quatro filhas desposam príncipes alemães sem que ela pudesse presenciar aqueles importantes eventos familiares. Para eles, Alice era motivo de embaraço e eles a mantinham escondida.
Recebendo alta em setembro de 1932, Alice afastou-se do contato com a família e praticamente se tornou uma nômade, vagando pela Alemanha e morando em várias hospedarias modestas.
O marido vivia, na época, no Sul da França e, ainda que nunca tivessem formalizado o divórcio, os dois nunca voltaram a se relacionar. O Príncipe Andrew faleceria em 1944. Nesse ínterim, seu filho Philip crescia sem a mãe ao seu lado, internado nos melhores colégios e passando as férias de verão com os parentes.
Em 1937, Alice se reúne à família no enterro de sua filha Cecilie. Com o marido, ambos nazistas, Cecilie morrera em um acidente de avião, juntamente com três de seus filhos. Philip, então com 16 anos, fez parte do cortejo fúnebre na Alemanha Nazista. Em foto da ocasião, ele aparece rodeado por familiares e dignitários, muitos trajando uniformes nazistas, enquanto as multidões apinhadas no entorno faziam a saudação nazista.
2ª Guerra Mundial
Quando irrompe a 2a Guerra Mundial, em 1939, Alice havia retornado à Grécia para trabalhar junto aos pobres e necessitados.
Esse país foi uma das primeiras vítimas dos exércitos do Eixo. Em 28 de outubro de 1940, tropas italianas atacaram a Grécia, mas não conseguiram subjugar os gregos, encontrando forte resistência. Hitler viu-se, então, obrigado a enviar auxílio às tropas de Mussolini e, em 6 abril de 1941, os nazistas entraram no país. Até 2 de junho desse ano, toda a Grécia havia sido ocupada pelas forças do Eixo e dividida em três zonas: alemã, italiana e búlgara.
Alice viu-se sozinha na Grécia ocupada pelos nazistas, dedicando-se a uma vida de caridade. Trabalhava em cozinhas comunitárias para os necessitados até se esgotarem os alimentos. Sempre que a família conseguia enviar-lhe alimentos ou dinheiro, ela imediatamente os repassava para os carentes. Também servia de voluntária na Cruz Vermelha Suíça e Sueca. Nas palavras da Princesa Victoria, sua mãe, “Alice cuidava dos mais pobres”. Durante a guerra, não medindo esforços, ela tentava usar sua posição real para conseguir suprimentos médicos para quem o necessitasse.
Ligações familiares nazistas
Ainda que Alice tivesse um filho combatendo na Marinha Real Britânica, três de suas quatro filhas, irmãs de Philip, eram casadas com aristocratas alemães que ocupavam posições seniores no Partido Nazista.
Sua filha mais moça, a Princesa Sophie, era casada com o Príncipe Christoph de Hesse, oficial das SS, que teria dado a seu filho o nome de Adolf, em clara homenagem a Hitler. Em suas memórias, já em idade mais avançada, a Princesa Sophie contou ter conhecido Hitler pessoalmente, ficando muito impressionada com aquele “homem cativante, de aparência modesta, e com seus planos de mudar para melhor a situação da Alemanha”.
Holocausto na Grécia
No começo da guerra a população judaica da Grécia já atingia cerca de 80 mil pessoas. Em 1941, 55 mil judeus gregos ficaram sob o jugo direto dos alemães. Estes últimos prontamente começaram a perseguir e discriminar os judeus sob sua jurisdição, até que os deportaram, entre março e agosto de 1943.
O destino dos judeus de Salonica fora selado desde a entrada dos nazistas na cidade, em abril de 1941. Estima-se que 95% dos 46.091 judeus da cidade tenham morrido nas câmaras de gás.
Atenas permaneceu sob jugo italiano. Em toda a região por eles ocupada os judeus viveram bem até a chegada dos alemães. Assim que a Itália se rendeu aos aliados, em 8 de setembro de 1943, os nazistas passaram a controlar Atenas, iniciando-se então a perseguição e deportação dos judeus de Atenas para Auschwitz.
Em outubro de 1944, quando a Grécia foi libertada, 10 mil judeus ainda permaneciam no país. Entre 1941 e 1944, fora aniquilado mais de 87% do judaísmo grego, o que representa o maior percentual de mortes seguindo-se aos trágicos números da Polônia.
A família Cohen
Os Cohen eram uma das famílias judaicas mais proeminentes do país, amigos de velha data da família real grega. Haimaki Cohen tinha sido parlamentar pelo estado de Tricala, no norte da Grécia. Na década de 1910, ele fora importante aliado do Rei George I, sogro de Alice.
Em 1941, quando da invasão da Alemanha à Grécia, a família Cohen fugira para Atenas – que ainda estava sob domínio italiano. No entanto, o período de relativa segurança somente duraria até setembro de 1943, quando os alemães ocuparam Atenas. Nessa época, por volta de 1943, Haimaki Cohen já havia falecido. Sua viúva, Rachel, juntamente com seus cinco filhos, necessitavam desesperadamente de proteção contra a perseguição nazista. Primeiro foram abrigados pela Irmã Chrisaki, de um convento nos arredores de Atenas, mas tiveram que fugir de lá por temerem ser denunciados pelos vizinhos.
Os quatro filhos dos Cohen queriam cruzar a fronteira para chegar ao Egito através da Turquia, juntando-se ao governo grego no exílio, sediado no Cairo. Mas viram que a viagem era muito arriscada para sua mãe, Rachel, e sua irmã, Tilde. Tomando conhecimento da situação desesperadora dessa família, a Princesa Alice ofereceu abrigo a Rachel e Tilde no palácio em que residia, pertencente à família real da Grécia, em Atenas. E as abrigou em um dos apartamentos, no 3º andar, da residência.
Os Cohen descrevem com incontida emoção o que lhes aconteceu a esse esconderijo, que, à parte do perigo que os rodeava, era muito confortável, e a maneira dedicada com que a Princesa se ocupava deles. Ademais, Alice conseguiu dois elementos de ligação, de sua confiança, Demosthene Foris e Simopoulou e, com a ajuda deles, os judeus que ela mantinha escondidos podiam manter comunicação com o mundo exterior. Dessa maneira, ficaram sabendo que um de seus quatro filhos fora forçado a retornar a Atenas – e este, também, recebeu a proteção e o abrigo da casa da Princesa.
Segundo relato dos Cohen, a Princesa Alice costumava ir ao 3o andar da residência para visitar Rachel, Tilde e o rapaz, às vezes demorando-se várias horas em sua companhia. Tomavam chá juntos e conversavam longamente sobre religião.
Durante a Guerra, a coragem da Princesa foi repetidamente posta à prova. Suas atividades, entre as quais se incluía o já citado trabalho para a Cruz Vermelha e o contrabando de suprimentos médicos para a Grécia, despertaram a suspeita das autoridades nazistas. Conta-se que Alice teria se livrado dos interrogatórios nazistas usando sua surdez como desculpa e fingindo não entender seus questionamentos.
O mais notável é que a Princesa teve que esconder a família Cohen de suas próprias filhas. Em determinado momento, suas filhas visitaram-na em Atenas com seus maridos, oficiais das SS, e algo os fez suspeitar de que a mãe lhes escondia algo sério. Apesar de fazer leitura labial com maestria, Alice usou o recurso da surdez, fingindo não entender suas insistentes perguntas e sustentando, categoricamente, que uma de suas ajudantes domésticas vivia no andar superior.
Em uma carta que escreveu ao filho Philip na última semana da libertação, a Princesa contou que não tinha nada mais o que comer, além de pão e manteiga; há meses que não comiam carne. Ao final da guerra, durante o combate pela libertação de Atenas, ela insistiu em andar pelas ruas, para o desespero das forças britânicas, em meio à troca de tiros, a fim de distribuir alimentos aos soldados e ao povo.
A família Cohen permaneceu na residência da Princesa Alice até a libertação da Grécia, em outubro de 1944. Sua disposição em se colocar em risco provavelmente ajudara a salvar a vida deles. Graças à Alice, eles escaparam do terrível destino de 54.533 judeus gregos despachados para Auschwitz, onde tragicamente perderam a vida.
Após a Guerra
Ao término da Guerra, Alice continuou vivendo para atender e ajudar os demais.Em 20 de novembro de 1947, seu filho, Príncipe Philip, casa-se com a Princesa Elizabeth, futura Rainha Elizabeth II da Inglaterra. Os diamantes de seu anel de noivado foram retirados de uma tiara pertencente à Princesa Alice. Ela a recebera como presente de casamento do Czar Nicholas II e da Czarina Alexandra da Rússia. Alice presencia o casamento, ao qual não haviam sido convidados nenhum dos membros alemães de sua família devido à sua filiação ao Nazismo.
Em 1948, vestindo um hábito monacal cinza, Alice “se retirou do mundo”, em suas próprias palavras. Ainda que formalmente nunca tivesse feito os votos para se tornar freira pela Igreja Greco-Ortodoxa, ela continuou a usar as vestimentas das religiosas pelo resto da vida.
Em 1949, ela fundou a Irmandade Cristã de Martha e Maria, uma ordem de freiras dedicadas a cuidar dos doentes. Num subúrbio pobre de Atenas, ela construiu um convento e um orfanato, que estão em uso ainda hoje como centro comunitário. Abrindo mão de todas as suas posses, ela ainda vendeu o que lhe restava de suas joias reais para financiar esse projeto, para consternação e a contragosto de seus familiares. Ainda no mencionado seriado da Netflix, The Crown, a princesa é retratada em seus últimos anos como uma fumante inveterada em busca de fundos para os pobres. Na coroação da Rainha Elizabeth II, em 1953, a Princesa Alice usava seu tradicional hábito monacal.
Em 1967, a história se repete. A família real da Grécia é novamente expulsa de Atenas por um golpe militar. Foi necessário que o Príncipe Philip enviasse um avião, com um pedido especial da Rainha Elizabeth, para trazer Alice de volta à Inglaterra. Já com a saúde muito debilitada, Alice é levada para o Palácio de Buckingham, residência dos monarcas ingleses. Após uma vida inteira afastados por doença mental, guerras e política familiar, o Príncipe Philip e sua mãe finalmente estavam reunidos. Isso permite que ela volte a se conectar com seu filho único na tentativa de retomar seu relacionamento, quase sempre muito tenso.
A princesa era vista com frequência vagando pelos salões do palácio, vestida de freira, muitas vezes envolta na fumaça do cigarro que sempre levava na mão. Alice faleceu em 5 de dezembro de 1969, aos 84 anos de uma vida muito agitada. Suas únicas posses neste mundo eram três vestidos de baile.
A mãe do Príncipe Philip reservara uma última surpresa para sua família e para o mundo. Deixou o pedido que queria ser enterrada na Igreja Ortodoxa Russa de Santa Maria Magdalena, em Jerusalém, ao lado de sua tia, a Grã-Duquesa Elizabeth Fyodorovna. Mas seriam necessárias duas décadas até que o Príncipe Philip cumprisse o último desejo de sua mãe. Em 1988, após anos de negociações entre as autoridades eclesiásticas, o caixão da Princesa Alice foi transportado, de avião, para Jerusalém, e enterrado na Igreja Ortodoxa no Monte das Oliveiras.
Yad Vashem
Após a morte da Princesa Alice, o neto de Rachel Cohen, Alfred Cohen, deu início às tramitações para que a Princesa fosse homenageada pelo Museu do Holocausto Yad Vashem, em Jerusalém, com o título de “Justos Entre as Nações”, atribuído a não-judeus que salvaram nossos irmãos durante o Holocausto.
Como bem o afirmou na ocasião Philippe Cohen, um dos descendentes da família, “Todos nós devemos nossa existência à coragem da Princesa Alice”.
Hugo Vickers, biógrafo da Princesa, escreveu que anos depois, ao receber o agradecimento de um membro da família, “Alice respondera bruscamente que apenas fizera o que julgava ser sua obrigação”. Em 1993 Yad Vashem concede o título de “Justa Entre as Nações” à Princesa Alice de Battenberg. No ano seguinte, 1994, o Príncipe Philip fez uma peregrinação a seu túmulo e plantou uma árvore no bosque de Yad Vashem em homenagem à sua mãe. Era a primeira vez que um membro da família real inglesa punha os pés no Estado de Israel. Philip, no entanto, viajava em caráter privado, não-oficial. Na cerimônia, o Príncipe fez um discurso forte. Contou que sua mãe nunca mencionara os Cohen. E contou sobre ela: “Desconfio que nunca ocorreu à minha mãe que suas ações fossem especiais, de alguma forma. Ela era uma pessoa que tinha profunda fé religiosa e certamente julgava ser uma ação extremamente humanitária socorrer outros seres humanos em dificuldades”.
Em 2018, o Príncipe William, filho da Princesa Diana e do hoje Rei Charles III, fez uma viagem real ao Oriente Médio, que incluiu uma parada em Jerusalém. Na ocasião, depositou flores no túmulo de sua bisavó. Nessa viagem, William se encontrou com Philippe Cohen, um dos descendentes da família que ela salvara. O Príncipe já havia manifestado publicamente sua admiração pela Princesa Alice. E quando de sua homenagem como “Justa Entre as Nações” por ter salvado uma família judia, os Cohen, ele declarou: “A história de minha bisavó é motivo de grande orgulho para toda a minha família”.
Em novembro de 2021, o Presidente de Israel Isaac Herzog anunciou a criação de uma bolsa de estudos em Enfermagem, na Universidade Hebraica de Jerusalém, levando o nome da Princesa Alice de Battenberg. O Gabinete do Presidente informou que a bolsa “rende tributo à compaixão e profunda espiritualidade da Princesa, e sua imensa perseverança em ajudar os necessitados”.
1 O Castelo de Windsor é uma das residências da família real britânica. Lá viveu a Rainha Elizabeth II, recentemente falecida.
2 A Rainha Victoria reinou sobre o Reino Unido da Grã-Bretanha e da Irlanda de 1837 até sua morte, em 1901.
3 Os principais sintomas desse tipo de esquizofrenia são as alucinações, delírios, sensação de perseguição e pensamentos sobre conspirações.
BIBLIOGRAFIA
How Princess Alice saved an entire family from the Nazis, artigo publicado em 1 de dezembro de 2019 pelo jornal The Guardian, https://www.theguardian.com/uk
Rescue in the Royal Palace, artigo publicado no site https://www.yadvashem.org/righteous.html
The Crown: Princess Alice of Battenberg’s Life Was More Dramatic Than the Show Depicts, artigo publicado em 9 de abril de 2021 por Delia Paunescu no site https://www.elle.com
https://www.youtube.com/princessalice