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junho 2017
Ed. 96

Carta do leitor

ANO XXIV
N. 96
junho 2017
CARTA AO LEITOR: ANO XXIV N.96 junho 2017

No dia 24 de maio deste ano – 28 de Iyar, o Povo Judeu, em Israel e na Diáspora, celebrou Yom Yerushalayim – Dia de Jerusalém, o aniversário da libertação e unificação da Cidade Sagrada sob soberania judaica, ocorrida há 50 anos, durante a Guerra dos Seis Dias.

David Ben-Gurion, o primeiro Primeiro-Ministro do Estado de Israel, declarou: “Nenhuma cidade do mundo, nem mesmo Atenas ou Roma, teve um papel tão importante na vida de uma nação, durante tanto tempo, como Jerusalém na vida do Povo Judeu”.

Desde a queda da cidade e a destruição do segundo Templo Sagrado de Jerusalém, a Nação Judaica sonhava em retornar à Cidade Sagrada – sua capital eterna e lar ancestral. Há mais de dois milênios, durante a oração da Amidá, nós, judeus, rezamos voltados à Jerusalém, o portal dos Céus. Lembramo-nos de Yerushalayim em todas as ocasiões significativas – felizes ou tristes. Concluímos o Seder de Pessach com as palavras, “Ano que vem em Jerusalém”. Durante as Três Semanas de Luto – que se iniciam em 17 de Tamuz e culminam com o jejum de Tishá b’Av – o dia mais triste do ano judaico, sentimo-nos enlutados e choramos a queda de Jerusalém e a destruição de seu Templo Sagrado.

O Povo Judeu, o judaísmo e Jerusalém estão entrelaçados. Muitos dos mandamentos da Torá não podem ser cumpridos na ausência do Templo Sagrado. Além de ser o centro geográfico do judaísmo e a capital política e espiritual de Israel, a Cidade Sagrada constitui também uma força unificadora que manteve a nós, judeus, unidos durante uma longa e árdua Diáspora de quase 2000 anos. Foi o sonho de a ela retornar que manteve acesa a esperança, permitindo que perseverássemos e sobrevivêssemos às épocas mais tormentosas.

Durante a Guerra de Independência de 1948, o recém-estabelecido Estado Judeu perdeu a Cidade Antiga – coração de Jerusalém, capturada pelas forças jordanianas. No entanto, nunca deixou de acreditar que fosse iminente a realização do sonho de vê-la unificada sob nossa soberania.

O milagre da Guerra dos Seis Dias foi a realização desse sonho ininterrupto.  Cinquenta anos atrás, um exército de soldados judeus, idealistas e destemidos, “mais fortes que leões e mais velozes que águias”, realizaram o anseio de nosso povo. Somos, de fato, uma geração privilegiada. O sonho de tantas gerações passadas constitui hoje uma realidade.

Como escreveu em “Jerusalém de Ouro” a grande poetisa israelense Naomi Shemer, retornamos à Cidade Antiga. Contudo, o sonho coletivo de nosso povo ainda não se realizou totalmente: o Templo Sagrado permanece em ruínas e a paz ainda não veio ao mundo e à mais bela das cidades, cujo nome possui muitos significados, dentre eles, “Cidade da Paz”. Esse é o motivo pelo qual continuamos a nos enlutar durante as Três Semanas e a jejuar em Tishá b’Av.

O retorno a Jerusalém sempre foi associado à vinda de Mashiach, ao fim da Diáspora e suas provações, e à redenção do Povo Judeu e de toda a humanidade.

A volta a Jerusalém simboliza a perfeição do mundo e o término de guerras, conflitos e todas as formas de sofrimento, individuais e coletivos. Assim, Jerusalém constitui muito mais do que a mais sagrada das cidades. Representa as maiores esperanças e as mais nobres aspirações do Povo Judeu. Yerushalayim não é apenas uma palavra repetida em nossas orações – tornou-se uma oração em si.

Hoje, rezamos e sonhamos para que esse sonho seja cumprido integralmente, com a chegada da paz para Israel, Jerusalém e o mundo todo – o dia em que o Terceiro Templo Sagrado de Jerusalém será construído e toda a humanidade finalmente viverá em paz e prosperidade.

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