“E Moshé disse ao povo: Não temais! Ficai e vede a salvação que o Eterno vos fará hoje; porque os egípcios que vedes hoje não voltareis a vê-los nunca mais! O Eterno lutará por vós, e vós fiqueis calados! E o Eterno disse a Moshé: Por que clamas a Mim? Fala aos filhos de Israel para que sigam em frente!” (Êxodo 14: 13-15)  

No 7o dia da festa de Pessach, 21 do mês de Nissan, celebra-se o milagre da divisão do Mar de Juncos. Foi esse evento – e não as Dez Pragas – o que assegurou a libertação do Povo Judeu da escravidão egípcia. Pois como nos conta a Torá, como resultado da décima e última praga – a morte de todos os primogênitos egípcios – o Faraó finalmente permitiu que os judeus deixassem o Egito. Mas ele se arrependeu e enviou seu poderoso exército para capturá-los e trazê-los de volta ao Egito.

Os judeus deixaram o Egito no 15o dia de Nissan – primeiro dia de Pessach. Mas logo após sua partida, as forças armadas egípcias saíram em seu encalço. O Faraó estava determinado a capturar os milhões de escravos a quem dera permissão de deixar o país e os trazer de volta ao Egito. Uma semana após o Êxodo, os judeus se viram aprisionados: diante deles, o Mar de Juncos, e por trás, os poderosos exércitos do Faraó.

Como reagiram? Conta-nos o Midrash que o Povo Judeu se dividiu em quatro facções. Um grupo disse: “Deixem-nos atirar-nos ao mar. Será melhor morrer do que voltar à escravidão no Egito”. Um segundo grupo bradou: “Deixem-nos voltar ao Egito. Melhor é viver como escravos do que morrer”. Um terceiro grupo disse: “Deixem-nos lutar contra os egípcios. Se tivermos que morrer, ao menos deixem-nos morrer lutando”. E, finalmente, um quarto grupo disse: “Deixem-nos orar a D’us. Nada mais podemos fazer”.

Moshé, líder do Povo Judeu, agindo de acordo com a Vontade Divina, rejeitou a abordagem de todos os quatro grupos. “E Moshé disse ao povo: Não temais! Ficai e vede a salvação que o Eterno vos fará hoje; porque os egípcios que vedes hoje, não voltareis a vê-los nunca mais! O Eterno lutará por vós, e vós fiqueis calados! (Êxodo 14:13). “Não temais! Ficai e vede a salvação do Eterno…”, segundo o Midrash, foi a resposta de Moshé àqueles que, no desespero de não vencer a ameaça egípcia, queriam atirar-se ao mar. “Os egípcios que vedes hoje, não voltareis a vê-los nunca mais”, dirigia-se àqueles que defendiam a rendição e o retorno ao Egito. “O Eterno lutará por vós” foi a resposta àqueles que desejavam combater os egípcios. E “fiqueis calados” foi a rejeição de Moshé àqueles que disseram, “Tudo isso está além de nosso controle. Só nos resta rezar”.

A festa de Pessach dura sete dias na Terra de Israel (oito dias na Diáspora) em virtude do processo de libertação que levou uma semana. O êxodo do Egito ocorreu no dia 15 de Nissan, mas os judeus somente se tornaram realmente livres no dia 21 do mês, quando um milagre duplo ocorreu no Mar de Juncos, Yam Suf, em hebraico: a salvação do Povo Judeu e a destruição de seus opressores.

Os quatro campos

A palavra Torá deriva da palavra hebraica Hora’á, que significa ensinamento. Cada relato na Torá é uma lição para cada um dos judeus em cada uma das gerações. Há muito a aprender da leitura do Midrash sobre a divisão do Povo Judeu em quatro campos diante do Mar de Juncos.

As reações do povo quando se viu aprisionado – pelo Mar, de um lado, e pelo exército egípcio, de outro – é uma lição para cada um de nós sobre como lidar com os obstáculos e as adversidades da vida. Apesar dos milagres que tinham testemunhado no Egito, não há dúvida de que os judeus tinham boas razões para temer quando o exército egípcio se aproximava deles. Seria praticamente impossível cruzar o Mar – ainda que alguns conseguissem salvar-se, certamente as crianças e os bebês se afogariam. E se optassem por enfrentar o exército egípcio, eles provavelmente seriam aniquilados. Afinal, não era o Egito a superpotência da época? Escravos fugitivos não se comparavam às forças bem equipadas do exército egípcio.

Ao se depararem com a morte, os judeus se dividiram em quatro facções. O primeiro grupo defendia o suicídio: argumentavam que era melhor afogar-se do que ser morto em batalha ou ser capturado e levado de volta ao Egito. O segundo grupo queria permanecer vivo a qualquer preço: nem queriam se afogar nem morrer lutando. O terceiro grupo defendia o martírio: “Como vamos morrer, de qualquer forma”, diziam, “deixem-nos ao menos morrer com dignidade”. O quarto grupo não queria morrer – nem no mar nem em batalha – mas tampouco queria voltar ao Egito. Como aparentemente não havia nenhuma solução natural para seu suplício, eles argumentavam que a única coisa que os judeus podiam fazer era clamar a D’us e esperar que Ele os salvasse.

Essas quatro abordagens frente a uma situação aparentemente impossível ilustram como quase todos os seres humanos lidam com as adversidades que lhes parecem intransponíveis. Algumas pessoas querem jogar-se ao mar, metaforicamente, e, às vezes, até literalmente. Elas entram em desespero e desesperança. Outras, que D’us os livre, até contemplam o suicídio. No mínimo, retiram-se do mundo como forma de se retirar da realidade.

Um segundo grupo lida com a adversidade se rendendo à situação. Essas pessoas se submetem à situação ou à pessoa que as está ameaçando. E fazem quaisquer sacrifícios – de fato, até sacrificam sua própria liberdade – em troca da vida. Metaforicamente, preferem continuar escravos do Faraó a ter que enfrentar suas legiões e arriscar sua vida ou sua integridade física. Para essas pessoas, é melhor viver acorrentadas do que correr o risco de se afogar ou morrer no campo de batalha. Tais pessoas conciliam, chegam a acordos e se subjugam. Elas farão qualquer coisa para evitar uma briga, mesmo se isso implicar em abrir mão de sua liberdade, seus valores, sua dignidade e crenças mais valiosas.

Há um terceiro grupo de pessoas que é a antítese do segundo. Essas adoram uma briga. Vivem para brigar. No que lhes diz respeito, quando surge um obstáculo, este tem que ser vencido pela força. Se um inimigo se impõe, este tem de ser derrotado. Diante de um problema, sua reação é preparar-se para uma luta. Essas pessoas não acreditam no meio-termo, nas negociações e, certamente, na conciliação.

Quem pertence a esse grupo geralmente despreza quem faz parte dos outros dois. Para eles, a ideia de ceder sem lutar – ou pior, se autodestruir – é absurda. As pessoas que pertencem ao terceiro grupo às vezes até gostam de problemas e obstáculos. Afinal, é sua chance de exercitar seus músculos, de mostrar como são poderosas, mesmo que elas, também, tombem em meio à batalha. Seu lema, como Sansão, é: “Que eu morra com os filisteus” (Juízes 16:30). “Pode ser que eu tombe”, argumentam, “mas farei tudo para que também caiam meus inimigos”. “Os exércitos do Faraó podem mesmo me vencer”, dizem, “mas eles, também, sentirão o gosto de sangue e cairão mortos”.

Há um quarto grupo de pessoas: aqueles que creem que a oração é a resposta para todos os problemas. “Como D’us é Onipresente e Onipotente”, raciocinam, “Ele pode bem cuidar de todos os meus problemas”. Tais pessoas obviamente não pertencem ao primeiro grupo de pessoas, pois quem tem uma profunda fé em D’us não se desespera. Eles também não pertencem ao segundo nem ao terceiro grupo, pois não creem em submissão nem em confrontação. Somente creem no poder da oração – em invocar a ajuda do Altíssimo.

A Torá nos conta que D’us não aprovou as abordagens de nenhum dos quatro grupos – nem mesmo do quarto grupo. Pelo contrário, D’us diz a Moshé: “Por que clamas a Mim? Fala aos filhos de Israel, para que sigam em frente!”.

Isolamento, submissão e confrontação

Não é difícil entender por que a Torá rejeita a abordagem que diz que a maneira de lidar com os obstáculos é se atirar ao mar. O ser humano nunca deve ceder ao desespero. Enquanto estivermos vivos, sempre haverá esperança. Acreditar em D’us significa acreditar que Ele tudo pode, inclusive arrancar alguém da mais difícil das situações. De fato, como ensina o Talmud, a vida é uma gigantesca roda-gigante: a sorte da pessoa pode estar embaixo, hoje, mas pode estar no alto, amanhã. Na verdade, quando alguém chega ao fundo do poço, geralmente é sinal de que sua sorte está prestes a mudar. A história de Yossef, filho de nosso Patriarca Yaacov, é um exemplo disso: ele, que ficou durante 12 anos nas prisões egípcias, tornou-se o Vice-Rei do Egito – o governador de fato daquela que era a superpotência da época.

A própria história de Pessach nos ensina que é possível a sorte da pessoa dar uma reviravolta. Nós, o Povo Judeu, que fomos um povo escravo e oprimido, sujeito a torturas e genocídio, fomos libertados pela Mão de D’us, que nos tirou do Egito e nos levou ao Monte Sinai, onde Ele nos escolheu como Seu povo e nos deu a Sua Torá. Yossef se tornou Vice-Rei do Egito porque ele não se desesperou na prisão egípcia. Os judeus se tornaram o Povo Eleito porque não se assimilaram, apesar de todo o sofrimento que nos foi imposto nas centenas de anos em que vivemos no Egito.

A Torá condena todas as formas de autodestruição – física, espiritual, psicológica, emocional, social, econômica ou cultural. Obviamente, há várias formas de “se atirar ao mar”. Algumas pessoas, incapazes de lidar com o mundo, atiram-se em um mar de vida religiosa. Essa é sua maneira de cortar todo o contato com um mundo que lhes parece negativo ou desagradável. A Torá não tolera esse comportamento, ensinando-nos que o judeu deve ser proativo no mundo. Se D’us quisesse que todos os judeus se trancassem dentro de uma sinagoga ou Casa de Estudos, sem nunca de lá sair, Ele não teria enviado suas almas à Terra. Se estamos aqui neste mundo, há um propósito nisso. Ser um reino de sacerdotes e uma nação santificada significa envolver-se no mundo e ter uma influência positiva sobre o mesmo. A Torá não deseja que nos afastemos da escuridão, mas sim, que iluminemos o mundo. De fato, podemos e devemos nadar no “mar do Talmud”. Mas o que não podemos fazer é afogar-nos nele. Com raríssimas exceções, o Povo Judeu não se pode imergir totalmente no estudo da Torá e negligenciar o mundo, porque isto também é uma forma de suicídio. Muitas pessoas, temerosas, ou que não desejam enfrentar as “legiões do Farão”, atiram-se ao mar, e, consequentemente, deixam de contribuir para o Povo Judeu e o mundo, em geral.

A Torá também condena a abordagem do segundo grupo de judeus diante do Mar – aquela que defendia que o povo devia voltar ao Egito. D’us criou o homem para ser livre. O próprio tema de Pessach é o fato de termos sido escravos, mas quando D’us nos libertou, nós nos tornamos Seus servos apenas – e de mais ninguém. Voltar ao Egito significaria desistir – por inércia ou medo. Significaria escolher a sobrevivência em vez de escolher uma vida plena e livre. Significaria não assumir os riscos da vida. Os judeus que apoiaram a ideia de voltar ao Egito preferiam viver como escravos a lutar e arriscar sua vida. Para eles, a única coisa que importava era continuarem vivos.

Essa atitude de submissão – de ceder, de conciliar – se aplica tanto a indivíduos quanto a grupos de pessoas. Muitos indivíduos e minorias costumam sacrificar sua identidade, seus valores e mesmo sua dignidade, apenas para preservar a vida. A sobrevivência física vem às custas de todo o resto. Pessoas submissas toleram e apaziguam os faraós do mundo. Elas suportam opressão, brutalidade e injustiça porque têm medo de confrontar um inimigo a quem julgam ser muito mais forte do que elas. Seu lema é: Melhor viver como escravos do que morrer como homens livres.

Os judeus que pertenciam ao terceiro grupo – aqueles que desejavam enfrentar os egípcios no campo de batalha – podem parecer mais honrados do que os outros dois. Mas lutar geralmente não é a abordagem correta face aos obstáculos e inimigos. A beligerância não é uma panaceia: não é a resposta a todos os problemas da vida. Mas há quem adore uma boa briga. Essas pessoas querem lutar com todos e com tudo: todos os inimigos – imaginários ou reais, todas as ameaças e mesmo qualquer ideia ou ideologia que eles desaprovem. Geralmente, a bravata dessa gente nos deslumbra. Nós os julgamos valentes e fortes. Os judeus foram pisoteados pelo mundo durante tanto tempo que muitos de nós se deslumbram com aqueles que enfrentam nossos inimigos. Mas muitas pessoas querem lutar apenas porque anseiam pela confrontação e guerra. Tais pessoas, especialmente se estiverem convencidas de que estão absolutamente certas e que D’us está a seu lado, lutarão incansavelmente contra qualquer pessoa ou coisa que julguem estar em seu caminho.

Com certeza, às vezes precisamos lutar. Se o Holocausto nos ensinou algum tipo de lição, foi que não podemos silenciar e permanecer indefesos. As grandes conquistas e vitórias militares do Estado de Israel proporcionaram segurança e orgulho aos judeus, em todas as partes do mundo. Contudo, há uma diferença enorme entre lutar porque não há outra saída e lutar pelo prazer de lutar. A luta pela preservação da vida, da liberdade e da dignidade está sancionada pela Torá. A luta pela emoção da luta, pela glória ou como um canal para o ódio é o anátema do judaísmo.

Como ensinam nossos Sábios, o propósito da Torá é trazer paz ao mundo. Somente empunhamos as armas quando necessário. Como disse, certa vez, um de nossos grandes Mestres, a missão do Povo Judeu é trazer luz ao mundo. Se o Povo Judeu apenas se dedicasse a combater seus inimigos – vingando-se daqueles que nos fizeram mal ou estivesse constantemente em batalha contra os que nos odeiam ou a nós se opõem – nosso povo não teria tempo para nada mais. Nós, judeus, quer individual quer coletivamente, temos importantes tarefas a cumprir neste mundo. Não poderemos realizar nossa missão se estivermos ocupados lutando contra todos aqueles que nos odeiam.

A Torá não tolera a abordagem de atirar-se ao mar ou de voltar ao Egito ou, ainda, de lutar contra os egípcios. Mas, por que também rejeita a abordagem do quarto grupo de judeus – cuja solução ao terrível dilema foi voltar-se à oração? Não deveria ser essa a recomendação da Torá? Como a Torá é a Vontade e a Sabedoria Divina, sua mensagem a todos os seres humanos seria que se alguém tem um problema, esse alguém deve encaminhá-lo a D’us, especialmente se for humanamente impossível solucioná-lo. Por que teria D’us rejeitado a abordagem até mesmo da quarta facção, diante do Mar de Juncos?

Oração e ação

A Torá ordena ao judeu orar todos os dias de sua vida. A oração tem importância fundamental no judaísmo. Ensina o Talmud que a oração é uma das coisas de importância máxima no mundo que, no entanto, as pessoas não levam a sério. As rezas são o canal pelo qual o homem canaliza as bênçãos Divinas para o mundo. Mas, ainda assim, não substituem a ação. A oração ajuda em todas as situações, mas o homem tem de se empenhar para aperfeiçoar a si próprio e ao mundo. Não podemos recusar-nos a tomar um remédio e deixar tudo por conta da oração, esperando a cura. Não podemos recusar-nos a ir ao trabalho e confiar na oração para ter o sustento. Não podemos recusar-nos a ir para o campo de batalha e confiar na oração para que D’us aniquile nossos inimigos. É verdade que às vezes tais milagres ocorrem. Às vezes, as pessoas são curadas, por milagre. Quando os judeus estavam no deserto, o maná realmente caía dos céus. E como nos ensina o Tanach, às vezes, em resposta à oração, nossos inimigos são destruídos sem a necessidade de guerrearmos. Mas, tudo isso são exceções. Nós não somos nem profetas nem grandes Tzadikim. Tomamos remédios quando estamos enfermos, trabalhamos e, quando necessário, pegamos em armas, e oramos para que os medicamentos façam efeito, para que tenhamos sucesso em nossos empreendimentos e que saiamos vitoriosos da guerra.

A oração ajuda imensamente, mas com raras exceções, não substitui o empenho humano. E como a Torá foi escrita para todos os judeus – não apenas para os profetas – e para todas as épocas – não apenas para ocasiões especiais – ela nos ensina que a oração por si só, despida de ação, não é a resposta para os obstáculos da vida. “Por que clamas a Mim?”, D’us diz a Moshé. “Diga ao povo que siga em frente!”

“Como podemos seguir em frente?”, o povo pergunta. “Sigam em frente”, D’us lhes diz. “Façam a sua parte e eu farei a Minha”. O Povo Judeu de fato seguiu em frente e o obstáculo se tornou um milagre – na verdade, um milagre duplo: pois não apenas o Mar se partiu, salvando os judeus, mas também voltou a seu estado natural após o último judeu tê-lo atravessado, afogando todos os egípcios, que ainda estavam em seu interior. O obstáculo – o Mar de Juncos, Yam Suf – acabou revelando-se um milagre que salvou nosso povo de nossos inimigos, garantindo sua liberdade.

Esta história é verdadeira e vem sendo contada há milhares de anos, geração após geração, e inspirou inúmeras pessoas – judeus e não judeus.

“Sigam em frente”

O tema principal de Pessach é a liberdade, que, para o Povo Judeu, adveio em estágios. Primeiro vieram as Dez Pragas, a seguir o Êxodo e, por fim, o milagre da divisão do Mar de Juncos. Esses relatos e as lições que deles tiramos são atemporais e universais.

No decorrer de nossa vida, enfrentamos obstáculos – externos e internos. Ao longo de nossa história, nós, judeus, enfrentamos muitos faraós, muitas legiões egípcias e muitos Mares de Juncos. Alguns judeus se atiraram ao mar, outros “voltaram ao Egito”, outros, ainda, decidiram que a solução para lidar com um mundo hostil era a luta, e outros concluíram que tudo que podiam fazer era orar e esperar pelo melhor. Mas a melhor abordagem tem sido a que é recomendada pela Torá: seguir em frente. Apesar de todos os nossos inimigos e de todo o sofrimento e perseguição, e mesmo apesar do Holocausto, o Povo Judeu seguiu em frente. Na esteira das grandes tragédias, seria compreensível se os judeus tivessem cometido suicídio nacional – abandonando o judaísmo – ou “voltado ao Egito” – através da assimilação. Teria sido compreensível se o Povo Judeu se tivesse dedicado inteiramente a se vingar contra todos os responsáveis pelo Holocausto. Os judeus poderiam ter permanecido na Europa e recorrido à violência e terrorismo para vingar o sangue de sete milhões de seus filhos. Ou poderiam ter concluído que como somos um povo pequeno, não há nada a fazer além de rezar nas sinagogas e pedir pela vinda do Mashiach. No entanto, ao longo de nossa história, e especialmente após o Holocausto, nós, o Povo Judeu, decidimos seguir em frente. Retornamos à nossa pátria ancestral. Erguemos um país extraordinário. E tanto em Israel quanto na Diáspora,trabalhamos para fortalecer o Judaísmo como nunca dantes.

A ordem Divina de seguir em frente se aplica ao Povo Judeu como um todo, e também a cada judeu em particular e a cada ser humano. Precisamos constantemente seguir em frente, mesmo diante de um Mar de Juncos, de nosso Yam Suf particular. E quando seguimos em frente, os obstáculos não apenas se desfazem – eles se transformam em milagres.

BIBLIOGRAFIA:
Rabi Schneerson, Menachem Mendel, Likkutei Sichot volume 3 
Rabi Schneerson, Menachem Mendel Sichot Kodesh 5740 vol. 2