Criado em 1948 como pequeno hospital militar para tratar os feridos na Guerra de Independência de Israel, o Sheba Medical Center tornou-se a maior instituição na área de saúde do país, englobando atualmente quatro hospitais especializados e centenas de clínicas e laboratórios.
Com o passar dos anos, seus idealizadores fizeram da excelência no atendimento à saúde um de seus principais objetivos, atraindo profissionais, pesquisadores, estudantes, investidores e doadores, todos comprometidos com a ideia de garantir o melhor atendimento aos pacientes visando sua reabilitação e reintegração na sociedade.
Ao longo das décadas, tornou-se o maior hospital do Oriente Médio, não apenas por sua dimensão física, mas principalmente por sua abrangência em termos de especialidades e visão multidisciplinar do atendimento à saúde, revolucionando o serviço médico em Israel e na região. No Sheba foram realizados a primeira cirurgia de coração aberto do país, os primeiros implantes de coração artificial para correção de defeitos congênitos em crianças, além de ter sido o primeiro a realizar, com sucesso, processos de inseminação artificial, entre outros tantos.
Também um centro acadêmico e científico renomado, o Sheba Medical Center é responsável por 25% de toda a pesquisa médica realizada em Israel, sendo grande parceiro da indústria no desenvolvimento de novos medicamentos e tratamentos. O hospital universitário, que é público, tem como principal missão curar pessoas, independente de sua religião ou origem, e é reconhecido como um oásis de paz em uma região conturbada. O Sheba atua não apenas em Israel, como também em missões internacionais e de ajuda humanitária em regiões de risco, tanto afetadas por conflitos como por fenômenos naturais.
Argentina, Armênia, Azerbaijão, Brasil, Camboja, China, Guiné Equatorial, Costa do Marfim, Cazaquistão, Kossovo, Mauritânia, Peru, Rússia, Ruanda, Sri Lanka, Ucrânia, Uzbequistão e Vietnã são alguns dentre os inúmeros países que já participaram de seus programas. O Departamento Internacional da instituição, além de oferecer programas para treinamento e formação de equipes da área da saúde, supervisiona a construção de hospitais e clínicas no exterior, atuando, muitas vezes, em parceria com os sistemas de saúde de outros países.
Em Israel, o hospital recebe, também, pacientes de todo o Oriente Médio, inclusive de nações árabes que não mantêm relações diplomáticas com Israel, e da Autoridade Palestina. O Sheba foi responsável pela criação do Instituto de Cirurgia de Coração Aberto, em Ramallah, e do Centro de Câncer, em Bethlehem, além de vários projetos implantados na Cisjordânia. Seus profissionais fazem parte da Associação de Médicos para os Direitos Humanos, órgão cujo objetivo principal é melhorar a qualidade dos serviços médicos entre os palestinos.
Dentro dessa perspectiva, o Hospital Infantil desempenha um papel fundamental no tratamento de crianças palestinas, principalmente nas áreas de oncologia e cirurgia cardíaca pediátrica. Cerca de um terço dos pacientes atendidos nessa unidade são oriundos da Cisjordânia e da Faixa de Gaza. O Centro Sheba do Oriente Médio para Moléstias Congênitas do Coração realiza anualmente dezenas de microcirurgias cardíacas complicadas em crianças palestinas.
Um pouco de história
Instalado na então denominada região de Tel Litwinsky (posteriormente renomeada Tel Hashomer – Montanha dos Guardiões), o hospital teve à sua frente, durante décadas, o médico Chaim Sheba, que comandou as equipes médicas das Forças de Defesa de Israel. Ele foi especialmente escolhido pelo então primeiro-ministro David Ben-Gurion para o desafio de criar um hospital militar em meio à Guerra da Independência. Desde então, a instituição não para de crescer. O médico e militar esteve à frente da instituição até o seu falecimento, em 1971, quando então o hospital foi renomeado em sua homenagem, tornando-se conhecido como Sheba Medical Center.
Com cerca de 150 consultórios, clínicas e centros cirúrgicos equipados com o que há de mais moderno, possui aproximadamente dois mil leitos hospitalares, mais de mil médicos, 5.800 enfermeiros, além dos profissionais da área administrativa e técnica. Atualmente, o Sheba Medical Center conta com um orçamento anual de US$ 320 milhões apenas para a realização de exames e testes, realizando cerca de dois milhões deles por ano. Mais de um milhão de pacientes passam por suas instalações anualmente, além de 200 mil nos prontos-socorros. Parceiro de importantes instituições acadêmicas, como as faculdades de medicina da Universidade de Tel Aviv, Bar Ilan e Instituito Weizmann, é o único hospital israelense que recebe apoio financeiro para pesquisas da Associação Americana de Medicina.
Entre seus departamentos destacam-se o de Cardiologia, Genética, Hemato-Oncologia, Radiologia, o Instituto para Fertilização Artificial e Desenvolvimento, o Centro Multi-diagnósticos, o Centro para Tratamento de Queimados, o Centro para Cirurgia Maxilo-facial e o Centro para Transplante de Medula Óssea, um dos maiores da região e da Europa. Nele são utilizadas as mais desenvolvidas e inovadoras técnicas, já tendo sido realizados centenas de transplantes, além de milhares de transplantes de células-tronco.
O Centro de Reabilitação da instituição, outro de seus destaques, é o maior de Israel e inclui várias unidades especializadas, entre as quais, respiratória, neurológica, ortopédica, psiquiátrica, geriátrica e pós-trauma. O Instituto Nacional Gertner de Epidemiologia e Pesquisa em Saúde Pública, equivalente ao NIH, dos EUA, é referência internacional na área. O Sheba mantém, ainda, um banco nacional de sangue venoso e cordão umbilical.
“Nosso lema é: Nós nos dedicamos à saúde de nossos pacientes e estamos comprometidos com a qualidade do atendimento. Queremos oferecer o que há de melhor e mais avançado à sociedade sem abrir mão do aspecto humano”, costuma dizer Dr. Zeev Rotstein. Há 12 anos à frente da instituição como CEO, repete constantemente aos profissionais que eles são um tipo especial de profissionais: altamente qualificados, devotados e comprometidos. “São eles que me inspiram a seguir adiante e me dão a força necessária para lutar pelo hospital, pelos recursos que nos incentivam a seguir em busca de novas realizações e habilidades. Precisamos continuar e justificar quem somos: o hospital líder de Israel”.
Rotstein atua no Sheba Medical Center há mais de 30 anos, tendo iniciado sua carreira na instituição como cardiologista e, em seguida, assumindo a função de administrador sênior. É professor associado na Escola de Medicina e na Faculdade de Administração da Escola de Administração e Negócios na Universidade de Tel Aviv, onde leciona Políticas de Saúde e Temas Econômicos, Gerenciamento de Sistemas de Saúde, Gerenciamento de Risco e Garantia de Qualidade em Medicina.
Histórias de sucesso
Em 2015, foi colocada a pedra fundamental do Instituto de Imuno-Oncologia, que está sendo considerado um avanço no tratamento da imunidade na luta contra o câncer, que usa polímeros (dos receptores CAR) das células dos pacientes contra as células cancerígenas. Foi iniciado, ainda, o projeto para construção de um novo Pronto Socorro para atender o aumento da demanda. As novas instalações deverão estar prontas até o final de 2016, sem que, no entanto, seja desativado o Pronto Socorro atualmente em funcionamento.
No ano passado, foi inaugurada a nova unidade de oncologia para pacientes jovens no Centro de Câncer, com quatro andares, e, também, o novo Departamento de Oncologia. A arquitetura e o design interno das novas áreas foram idealizados para oferecer maior conforto não apenas aos pacientes, mas, também, aos familiares e equipes médicas.
Ainda em 2015 foram transferidos dois departamentos de Pediatria para suas novas instalações no Hospital Infantil. Nele, cada detalhe foi pensado para aumentar o bem-estar das crianças hospitalizadas e seus acompanhantes. “Tanto o Departamento de Oncologia quanto o de Pediatria são sonhos realizados”, diz Rotstein.
Como sempre afirma o CEO da instituição, o Sheba é grandioso em suas instalações, mas o que faz a diferença são seu corpo clínico e acadêmico. Vários exemplos revelam a dedicação e a excelência dos profissionais que lá atuam e que se dedicam ao crescimento do Sheba. Em 2015, por exemplo, os professores Shlomo Noy, vice-presidente para Pesquisa e Desenvolvimento, e Anat Achiron, vice-reitora, aprovaram junto ao Conselho de Educação Superior a criação de um programa de Medicina de quatro anos no hospital, um projeto conjunto do Sheba com a Universidade Hebraica de Tel Aviv, a Universidade St. Georges de Londres e a Universidade da Nicósia.
O professor Gal Markel, o mais jovem professor de Israel e cientista-chefe do Instituto Ella para Pesquisa e Tratamento de Melanoma e Câncer de Pele, é o responsável pelo desenvolvimento de um novo e revolucionário medicamento, o CKAM1, que foi vendido para a Merck, uma das maiores empresas farmacêuticas do mundo.
O professor Aviram Nissan, chefe do Departamento de Cirurgia, é o responsável pelo aumento significativo do número de cirurgias realizadas na área de neoplasias malignas da cavidade do peritônio. Ao lado do professor Motti Gutman e do Dr. Aviad Hoffman, o professor Nissan realizou cerca de 100 cirurgias em 2015, combinando a remoção radical de metástases no abdômen seguidas de quimioterapia aquecida. Como resultado, um terço dos pacientes se curam e a expectativa de vida de outro terço aumenta.
O Instituto de Audiologia também registra êxitos. Sob a coordenação da Dra. Yael Henkin, tem crescido o programa de implante coclear, que se tornou o maior do país em 2015. No ano passado o Instituto ultrapassou a marca de mil implantes. Segundo Rotstein, graças a seus antecessores e aos milhares de profissionais devotados ao hospital ao longo de quase sete décadas, o Sheba Medical Center tem estado à frente de inúmeros avanços médicos no país e no exterior. “Temos desempenhado um papel estratégico em várias áreas, destacando-se a área de reabilitação. Investimos milhões para oferecer a cura aos soldados feridos, às vítimas do terror e a crianças, judias e árabes, vítimas de neoplasias e defeitos congênitos do coração, entre outros. No entanto, não se trata apenas de oferecer a melhor tecnologia e os melhores medicamentos, mas também, confortar aqueles que nos procuram aflitos pelas mais variadas razões. Nossos quase sete mil profissionais estão comprometidos com o mais alto padrão de medicina e, o mais importante, com o que chamamos de “o espírito Sheba”, o toque humano, que é o que nossas equipes oferecem aos pacientes e seus familiares”.