Em dezembro 1993, na estreia do novo filme de Steven Spielberg, A Lista de Schindler, ao se acenderem as luzes a plateia permaneceu em silêncio profundo, angustiada e pensativa. Era a mesma reação que tantos outros espectadores teriam ao longo dos anos que se seguiram. 25 anos após o lançamento, com o ressurgimento do antissemitismo e dos movimentos de negação do Holocausto, o filme se torna ainda mais relevante.
A Lista de Schindler consegue chegar ao âmago de milhões de pessoas, fazendo-as compreender a extensão da Shoá. À época do seu lançamento, apesar do Holocausto ter ocorrido há menos de meio século, o assunto era desconhecido por grande parte da humanidade. Após a 2a Guerra Mundial, foram produzidos alguns livros, filmes e documentários a respeito do Holocausto, mas A Lista de Schindler foi o que conscientizou e emocionou centenas de milhões de pessoas ao redor do mundo. Hoje, quando grande parte das novas gerações desconhecem o próprio fato e a história do Holocausto. O filme de Spielberg continua sendo instrumento indispensável para mostrar o intenso sofrimento judaico durante a Shoá e até onde a maldade humana pôde chegar.
Em 26 de abril de 2018, o Festival de Cinema de Tribeca, um dos mais importantes do mundo, realizado no Beacon Theatre, em Nova York, organizou a exibição em homenagem ao 25º aniversário de A Lista de Schindler. Assistindo o filme na companhia de parte do elenco, Spielberg se disse muito orgulhoso de sua realização, afirmando que nenhum outro filme que tenha dirigido, antes e depois, lhe tinha dado tamanha sensação de missão cumprida.
O filme, como veremos adiante, é a história dramatizada, mas verdadeira, de Oskar Schindler, um ganancioso e oportunista empresário alemão, que se estabeleceu em Cracóvia durante a 2ª Guerra, para enriquecer. Num momento de heroísmo, ele decidiu utilizar a grande fortuna que ganhara para “comprar” dos nazistas os judeus que empregava, que se autodenominavam os Schindlerjuden, os judeus deSchindler. Impedindo que fossem enviados para Auschwitz mediante pagamento, ele salvou a vida de 1.200 judeus, entre homens, mulheres, velhos e crianças.
Lançado em uma época em que o revisionismo histórico e o negacionismo do Holocausto estavam tomando força, o diretor afirmou, em entrevistas, que, enquanto produzia o filme, via-se como um “jornalista”. E queria produzir “um documento” sobre o Holocausto, tendo como alvo os que desconheciam a história dos judeus europeus durante a 2ª Guerra. “Estava preocupado em contar a história de Schindler da forma mais próxima possível da verdade. Este filme não deve jamais ser analisado como a história do Holocausto; é apenas uma das histórias do Holocausto”.
Contrariando a previsão de que seria um fracasso de bilheteria, o filme faturou mais de US 321 milhões nas primeiras semanas, valor 14 vezes superior ao custo da produção. Ao se decidir a dirigir o filme, Spielberg declarou que abriria mão de seu salário e destinou seus ganhos pelos direitos autorais à criação da Fundação Sobreviventes da Shoá, ajudando a preservar a memória do Holocausto através de testemunhos filmados dos sobreviventes, mundo afora.
O filme foi indicado a 12 prêmios no Oscar de 1994. Venceu em sete categorias: melhor fotografia, melhor diretor (primeiro Oscar de Spielberg nessa categoria), melhor adaptação, melhor edição, melhor cinematografia, melhor direção artística e melhor trilha sonora original. Em 2007, o American Film Institute classificou-o em oitavo lugar na lista do 100 melhores filmes norte-americanos de todos os tempos.
Para transmitir os horrores ocorridos e a forte mensagem de que um único homem pode salvar a vida de muitos outros, A Lista de Schindler se utiliza de inúmeras ferramentas artísticas. O longa-metragem foi filmado em branco e preto, para intensificar a dor e o sofrimento, à época e, ao mesmo tempo, tornar menos gráficas certas cenas. Spielberg utilizou as referências visuais do expressionismo alemão, o estilo que marcou os filmes europeus na época da 2ª Guerra. As únicas cores – além das cenas finais – são das velas de Shabat acesas no início do filme, no mundo pré-nazismo, onde ainda havia luz e cor, e o casaco vermelho de uma menina em plena Aktion nazista, no Gueto de Cracóvia. A trilha sonora de John Williams tornou-se um clássico e reflete o drama da história, elevando cada sequência ao seu auge e mantendo o espectador suspenso e angustiado.
Mas, não há dúvida que a ferramenta mais poderosa utilizada foi a individualização – das vítimas, dos algozes, da população polonesa perante o extermínio de judeus. Spielberg queria que os espetadores entendessem que o Holocausto foi algo personificado e contínuo – um nome, uma pessoa após a outra. Para os que não passaram pelos horrores da Shoá, é praticamente impossível compreender o sofrimento imposto aos judeus. Os números de judeus assassinados pelos nazistas e seus colaboradores, que hoje se acredita tenham sido cerca de 7 milhões, são uma realidade difícil de se assimilar emocional e intelectualmente. É menos dolorido se perder nas estatísticas, discutir números, e não entrar na monstruosidade ocorrida... Mas isso seria desumanizar as vítimas, uma vez mais...
O projeto
Por mais de 40 anos, Poldek Pfefferberg, um dos judeus salvos por Schindler e que, em 1948, mudou-se para Beverly Hills, na Califórnia, tentou tornar conhecida a história dos Schindlerjuden. Finalmente, em 1982, o assunto interessou Thomas Keneally, autor australiano, que escreveu o livro Schindler’s Ark.
Steven Spielberg leu esse livro à época em que filmava E.T. Impressionado com a história, particularmente com a apresentação do Holocausto através de relatos individuais, sentiu que queria fazer um filme sobre o livro. Mas foram necessários 10 anos até que ele estivesse emocionalmente pronto para embarcar em projeto daquela magnitude.
Tentou convencer outros diretores a dirigir o filme, entre eles Roman Polanski e Martin Scorsese, sem sucesso. Polanski recusou por considerar o filme “muito pessoal”, pois ele e seus pais foram trancados pelos nazistas no gueto de Cracóvia. Ele e o pai sobreviveram, mas sua mãe morreu em Auschwitz. Posteriormente, Polanski dirigiria “O Pianista”, seu próprio filme sobre a perseguição nazista aos judeus.
Após ler um roteiro que lhe fora enviado, Spielberg decidiu que chegara a hora de levar adiante o projeto, apesar de os executivos do estúdio lhe perguntarem “por que simplesmente não fazia alguma doação a entidades judaicas, ao invés de desperdiçar o tempo e o dinheiro de todos num filme tão ‘deprimente’”.
Ao saber da intenção de Spielberg, muitos historiadores e críticos mostraram-se céticos, questionando se um diretor de blockbusters de efeitos visuais, como ET e Tubarão, conseguiria abordar tema tão profundo quanto o Holocausto. Outros tinham receio de que a história de Schindler poderia ser capciosa, caso a ênfase recaísse mais sobre ele – e não nos judeus. Será que o filme criaria o mito de que na Polônia haviam surgido muitos heróis prontos a salvar judeus, ou que entre os membros do partido nazista havia Justos? – pois esse é muitas vezes o ônus por querer dar como exemplo uma pessoa que é uma exceção a regra. E se os documentários sobre o Holocausto, com suas dolorosas filmagens de crematórios e escavadeiras e cadáveres, mortos e vivos, são tão duros de se assistir – ao se misturar Hollywood com o Holocausto, os resultados seriam medíocres e melodramáticos, trivializados. Mas Spielberg provou estar à altura do projeto.
Os Schindlerjuden – sua história
A Lista de Schindler é construído com base no cuidadoso roteiro de Steven Zaillian. Esse script, de um extremo realismo, contém informações históricas precisas sobre a perseguição aos judeus na Polônia, a criação do Gueto de Cracóvia, em 1941, a invasão e fim do Gueto e a transferência de todos para o infame campo de concentração de Kraków-Płaszów, comandado pelo SS-Hauptsturmführer Amon Göth (Ralph Fiennes). Em termos históricos e pelos relatos das testemunhas, o roteiro atinge níveis de documentário.
No filme, Spielberg consegue transmitir aos espectadores o horror que os judeus poloneses enfrentavam, fazendo com que se sintam participantes dos acontecimentos, não meros observadores. O espectador conhece os nomes e rostos dos judeus, acompanha seu sofrimento de perto, desenvolvendo uma conexão com cada vítima. Tal conexão é o objetivo principal de Spielberg. Ele quer que o espectador se identifique com os personagens, sinta sua dor e seu pavor. Essa individualização força a plateia a perceber que cada judeu vítima dos nazistas tinha a sua história, seus entes queridos, um lar, um negócio, e, sobretudo, uma vida.
Nos minutos iniciais do longa-metragem, conhecemos o protagonista, Oskar Schindler (Liam Neeson), um membro do partido nazista, entretendo os oficiais alemães. Determinado a lucrar com a guerra, ele utiliza pessoas em seu favor. Ele enriquece usando o trabalho de judeus em sua fábrica de panelas, dirigida por seu contador judeu, Itzhak Stern (Ben Kingsley), pois Schindler nada entende de negócios. A princípio, Schindler mantém-se afastado dos horrores que acontecem à sua volta, mas ao ver as atrocidades cometidas pelos nazistas, ele vai se modificando. O momento da transformação ocorre quando Schindler, a cavalo, do alto de uma colina durante uma importante operação nazista contra os judeus do Gueto de Cracóvia, avista uma menina com um casaco vermelho – único objeto de cor além das velas de Shabat até o final do filme – que corre, perdida, em meio à multidão de judeus e nazistas. Naquele instante, ele é forçado a confrontar o horror e sua própria cumplicidade com aquele horror. Posteriormente, Schindler avista a menina numa pilha de cadáveres exumados, que estavam sendo levados para serem cremados em valas comuns.
Schindler não consegue mais ser um mero espectador e deixar “seus” funcionários judeus, com quem já tinha uma conexão pessoal, serem mortos. Decide, pois, usar os recursos financeiros que já ganhara para salvar o máximo de judeus que fosse possível, passando então a subornar os nazistas.
Em julho de 1944, a Alemanha nazista, ciente que irá perder a guerra, ordena às SS que fechem os campos de concentração e evacuem os prisioneiros que ainda estavam vivos. Schindler consegue “convencer”, através de um polpudo suborno, o SS-Hauptsturmführer Amon Göth a transferir sua fábrica e seus operários para Brünnlitz – e os salva mais uma vez da morte. A metamorfose de Schindler atinge seu clímax nos últimos momentos do filme, quando ele desaba frente a todos os judeus que tinha salvado, não suportando a noção de que poderia ter salvo ainda mais pessoas. Terminada a guerra, sem fortuna, às voltas com fracassos comerciais e a dissolução de seu casamento, Schindler foi ajudado financeiramente “pelos seus judeus” e por organizações judaicas internacionais. Em 1963, Oskar Schindler recebeu de Yad Vashem o honroso título de “Justo entre as Nações”. Ele veio a falecer em 1974.
A “consciência” de Schindler é Itzhak Stern, seu contador judeu. Stern é essencial para toda a narrativa. Desde o início do filme, salva judeus da morte certa, tudo enquanto convive com Schindler, incentivando-o a fazer algo. É Stern quem aproxima Schindler de centenas de judeus.
Spielberg procurou “individualizar” também aos nazistas. O personagem deAmon Göth nos oferece a visão da mente doentia de um oficial nazista corrompido pelo antissemitismo. Ele é um perfeito psicopata, a encarnação da ideologia nazista. Göth não vê os judeus como seres humanos, mas como uma massa não-humana. Contudo, está apaixonado por sua criada judia. Luta contra seus sentimentos. De um lado, a atração por ela e, do outro, o ódio puro aos judeus que ele não consegue superar. Com interpretação brilhante, Ralph Fiennes se torna a manifestação física de todo o terror ali presente. O que mais choca e assusta é a causalidade com que Göth comete as maiores crueldades. De sua varanda, por exemplo, ele atira nos judeus para praticar a pontaria. (O verdadeiro Göth foi enforcado em 1946 por crimes contra a humanidade.)
Spielberg não nos poupa nem por um momento sequer. Os focos pontuais nos personagens secundários ao longo da narrativa nos levam do interior do gueto e dos campos de concentração às câmaras de gás. Podemos sentir o medo de cada um daqueles judeus, sabendo que pode ser morto a qualquer instante, sem nenhuma razão. A hostilidade declarada aos judeus demonstrada pelos poloneses cristãos, seus compatriotas, aparece claramente no filme em várias ocasiões, uma delas quando os judeus de Cracóvia são forçados a entrar no gueto. Uma garotinha grita, na rua, repetidamente, “Adeus, judeus”. Através dela, Spielberg manda a mensagem de que a maldade nazista “infectara” comunidades inteiras....
Spielberg transformou a cena da “liquidação” no gueto de Cracóvia, apenas uma página no script original, em uma cena de 20 minutos de filme, com base em depoimentos dos sobreviventes. Por exemplo, a cena em que o jovem escapa da captura dizendo aos soldados alemães que tinha recebido ordens de retirar as bagagens da rua, foi tirada diretamente da história de um sobrevivente.
A morte e o medo da morte governam a vida dos judeus em A Lista de Schindler. As cenas de mulheres, homens e crianças sendo friamente assassinados, de modo aleatório e indiscriminado, são cruas, difíceis de se ver, mas nunca apelativas. E, ao contrário do que alguns críticos temiam, os judeus de A Lista de Schindler demonstram um espírito inquebrantável e o desejo de sobreviver. O evento que talvez melhor ilustre esse triunfo do espírito é o casamento no campo de trabalhos forçados de Plaszów. Ainda que vivessem sob constante medo da morte, com praticamente nenhum futuro à sua frente, os dois jovens se casam na esperança de sobreviver.
Spielberg segue com a ideia de individualismo até a forte cena final do filme. Pela primeira vez, com todas as cores, aparecem os Schindlerjuden que sobreviveram. Enfileirados, a perder de vista, muitos ao lado de suas contrapartes no filme, eles colocam pedras no túmulo de Oskar Schindler.
A decisão de Spielberg de mostrar os atores ao lado dos sobreviventes a quem representavam teve dois propósitos. Primeiro, mostrar aos espectadores que os personagens do filme são pessoas reais, não figuras inventadas. Segundo, com isso, ele está enviando uma mensagem a todos aqueles que colocam em dúvida a realidade do Holocausto, de que há provas humanas da tragédia e que a barbárie que lá ocorreu jamais poderá ser apagada. As testemunhas daquele horror estão vivas para contar sua história e assegurar-se de que jamais seja esquecida.
25 anos depois
Como parte da programação, o Festival de Cinema de Tribeca promoveu um debate com Spielberg, Liam Neeson (Oskar Schindler), Ben Kingsley (Itzhak Stern), Caroline Goodall (Emilie Schindler) e Embeth Davidtz (Helen Hirsch). No debate, cada um dos participantes contou suas experiências e impressões ao longo das filmagens.
Spielberg revelou que quando levou para casa os Oscars pela Melhor Fotografia e por Melhor Diretor, ele não sentia motivo para festejar. “Aquela noite não foi uma celebração... Não julgo que este filme seja uma celebração. O tema e o impacto que o filme causou em nós todos… retirou qualquer confraternização que pudesse haver”, disse. “Vencer foi maravilhoso, mas ao mesmo tempo me fez lembrar como me emocionei quando Branko Lustig, nosso coprodutor mostrou ao mundo que ele também estivera em Auschwitz, como comprovavam os números em seu braço”.
Spielberg e alguns atores relataram fatos que os marcaram durante a gravação. Spielberg contou que quando já haviam rodado a maior parte do filme, ele começou a temer que as pessoas não acreditassem que A Lista de Schindler era uma história verdadeira. Mas, vencer aquele temor levou a um dos momentos mais pungentes do filme, quando os sobreviventes e os atores que lhes representavam colocaram as pedras no túmulo de seu benfeitor, em Jerusalém. O diretor relembrou as longas caminhadas noturnas que fazia, quando lhe ocorreu a cena final com os sobreviventes salvos por Schindler. “Enquanto caminhava, pensei: Que tal se eu mostrasse muitos dos judeus de Schindler, sobreviventes do Holocausto, colocando pedras ao redor do seu túmulo?”.
Ele também revelou que a maioria dos atores que interpretaram os judeus eram de Israel e a maior parte dos que fizeram o papel de alemães eram alemães ou austríacos. Foi uma decisão difícil, pois sabia que ele e sua equipe teriam muita dificuldade em ver os atores com os uniformes nazistas. Durante as primeiras semanas, Spielberg disse que evitou contatos pessoais, principalmente por causa do realismo das cenas. “Conscientemente, eu sabia que eram atores, homens gentis e educados, mas eu não conseguia ser diferente”. Mas o ambiente mudou completamente após a realização do Seder de Pessach, durante as gravações. Em meio ao jantar, os atores alemães e austríacos entraram no local, sentaram-se ao lado dos demais participantes e começaram a acompanhar a Hagadá. “Algo se rompeu dentro de mim. Comecei a chorar e, a partir do dia seguinte, consegui conversar com todos”, contou Spielberg.
Neeson relembrou uma cena inesquecível, fora dos portões de Auschwitz, quando o coprodutor Branko Lustig lhe disse: “Você está vendo aquela cabana? Foi nela que eu fiquei”...
Muitas cenas foram baseadas em traumas reais e, por isso, difíceis de serem rodadas, para os atores. Spielberg relembrou a cena das mulheres entrando nos chuveiros em Auschwitz. “Foi traumático. Duas atrizes israelenses ficaram tão impactadas que não conseguiram filmar por três dias”.
O elenco se lembrou da sinistra realidade de sentir, enquanto filmavam, que mesmo após 50 anos, o antissemitismo não fora erradicado na Polônia. Spielberg lembrou que, quando Fiennes estava de uniforme das SS rodando uma cena, uma mulher no andar superior de um prédio próximo gritou, pela janela, que desejava que as SS ainda estivessem lá para protegê-los. Com frequência surgiam suásticas pintadas nas paredes ao redor dos sets de filmagem, lembraram. Kingsley recordou que, em um hotel, ele discutiu com um empresário, chegando ao ponto de expulsá-lo.
A discussão tinha começado quando o homem fingiu estar amarrando uma corda no pescoço do ator Michael Schneider, que dissera ser judeu, respondendo a uma pergunta do tal empresário.
O Holocausto foi, sem dúvida, um capítulo decisivo na história do Povo Judeu. A Lista de Schindler permitiu que um número incontável de pessoas, inclusive muitos judeus, aprendessem a respeito do extermínio de sete milhões de judeus, inclusive um milhão e meio de crianças, perpetrado pelo regime nazista. Passados 25 anos após o lançamento de A Lista de Schindler, o filme se tornou ainda mais relevante, especialmente com o ressurgimento da direita europeia, do antissemitismo e do negacionismo do Holocausto.