A festa de Chanucá inicia-se no dia 25 de Kislev, este ano 19 de dezembro, e vai até 2 de Tevet – 26 de dezembro. Desde a histórica vitória dos macabeus sobre os assírios ocorrida em 165 aEC, os judeus celebram Chanucá durante oito dias.

Após três longos anos de guerra, os macabeus conseguiram derrotar aqueles que queriam que Israel renunciasse à sua fé em um D´us Único.

Reconquistado o Templo Sagrado de Jerusalém, que fora profanado por imagens e práticas pagãs, era necessário purificá-lo e rededicá-lo ao Todo Poderoso. A palavra Chanucá, em hebraico, significa inauguração; refere-se à conseqüente reinauguração do Grande Templo de Jerusalém a D’us. Era necessário, também, reacender a Menorá, símbolo da luz espiritual de Israel que emanara dos céus.

Mas, para acender a Menorá era necessário encontrar azeite não profanado por práticas idólatras. Só havia um único frasco pequeno, de azeite puro. Mesmo sabendo que não bastaria, os judeus decidiram acender a Menorá. Milagrosamente, sua chama permaneceu acesa durante oito dias. O azeite, que dava para um dia, renovou-se por oito dias, tempo suficiente para a produção do novo azeite. Mais um milagre que acontecia para demonstrar a bondade e o amor do Eterno por seu povo.

Ano após ano, à época de Chanucá, as luzes são acesas em todos os lares judaicos, para celebrar os acontecimentos daqueles dias com cânticos de louvor a D’us. Assim os caminhos de Israel são iluminados por esta mensagem eterna: “a luz espiritual de Israel nunca será apagada”.

Acendendo a Chanuquiá

Chanucá comemora a preservação do espírito de Israel. Como a razão dessa festividade é o espírito, celebra-se apenas espiritualmente, não havendo outros mandamentos. Além disso, durante os oito dias da festa são proibidas quaisquer formas de luto público ou jejum, podendo-se no entanto trabalhar.
A chanuquiá – o candelabro de oito braços especial para Chanucá – deve ser acesa diariamente após o aparecimento das estrelas, com exceção da véspera do Shabat. Qualquer material incandescente pode ser usado para acendê-la, mas deve-se preferir a luz intensa do azeite ou de velas de cera (ou parafina), grandes o bastante para que a luz da chanuquiá permaneça ardendo no mínimo meia hora após o anoitecer. Por isso, se uma vela apagar durante esse período com exceção da noite de Shabat recomenda-se reacendê-la. 

Num lugar de destaque do candelabro, há uma outra vela de preferência de cera, chamada shamash (auxiliar). Algumas comunidades usam o shamash para acender as demais velas, outras usam uma vela extra.

Na sexta-feira à noite, véspera do shabat, as velas devem ser acesas antes do pôr-do-sol, ou seja, antes de se acenderem as velas de shabat. Nesse dia devem ser usadas velas maiores para que ardam até meia hora após o início do shabat. Sábado à noite, as velas de Chanucá só podem ser preparadas e acesas após o término do shabat e após a Havdalá.

Na primeira noite, acende-se a vela da extrema direita e, em cada noite subseqüente, acrescenta-se uma nova do lado esquerdo da primeira e, assim, sucessivamente. A 1ª vela a ser acesa é sempre a nova, procedendo da esquerda para a direita. Na segunda noite, por exemplo, duas luzes deverão ser acesas. A primeira vela deve ser colocada do lado direito da chanuquiá e a segunda é adicionada à esquerda da primeira. É esta segunda vela que deve ser acesa primeiro. Durante os oito dias uma nova luz é adicionada e acesa, noite após noite, até completar as oito. Por ter um propósito sagrado, a luz da chanuquiá não poderá ser usada para nenhum outro fim (trabalhar, ler etc.) 

Todos os membros da família devem estar presentes na hora de acender as velas. Não somente marido e mulher, mas também os filhos de todas as idades. Desde que possam pegar com segurança uma vela, as crianças têm o mérito de participar e de acendê-las. Aqueles que moram sozinhos devem ter suas próprias chanuquiot. As mulheres têm a mesma obrigação, portanto, em um lugar onde só há mulheres, devem ser acesas as velas e pronunciadas as bênçãos. 

Nossos sábios enfatizam a importância da participação das mulheres na cerimônia, pois grande parte da vitória militar dos judeus sobre seus inimigos se deve a Judith (Morashá nº 15). Rabi Yehoshua Ben-Levi diz: “As mulheres são obrigadas a cumprir a mitzvá de Chanucá, pois elas também são parte do milagre”. Os gregos haviam decretado que toda jovem, no dia que antecedesse seu casamento, deveria submeter-se sexualmente a um príncipe grego. As mulheres se salvaram deste decreto desde o milagre da vitória dos macabeus.

Quando o povo de Israel não vivia disperso entre outros povos, as luzes eram acesas na parte externa das casas, à esquerda de quem entra, ou seja, em frente à mezuzá. Atualmente, costuma-se colocar a chanuquiá sobre uma mesa na janela que dá para a via pública ou no lado esquerdo da porta de entrada, frente à mezuzá. Devem ser colocadas em uma altura entre três e de preferência até dez palmos do chão, porém não mais de 9,6 metros, em lugar especial, isoladas e destacadas.

Nas sinagogas, onde também se acendem as velas para disseminar as lições do milagre, o candelabro deve estar na mesma posição do candelabro do Templo de Jerusalém. Mas o acender das velas na Casa de Orações não nos exime da obrigação de acendê-las em casa.

Primeiro, acende-se o shamash, depois pronun-ciam-se as seguintes bênçãos:

Baruch Atá A-do-nai, E-lo-hê-nu Mêlech haolam, asher kideshánu bemitsvotav, vetsivánu lehadlic ner Chanucá.

Bendito sejas Tu, A-do-nai, nosso D’us, Rei do Universo, que nos santificaste com Teus mandamentos, e nos ordenaste acender a vela de Chanucá.


Baruch Atá A-do-nai, E-lo-hê-nu Mêlech haolam, sheassá nissim laavotênu, bayamim hahêm, bazeman hazê.

Bendito sejas Tu, A-do-nai, nosso D’us, Rei do Universo, que fizeste milagres para nossos antepassados, naqueles dias, nesta época. 


Na primeira noite, depois de recitar as duas bençãos recita-se o shehecheyánu: 


Baruch Atá A-do-nai, E-lo-hê-nu Mêlech haolam, shehecheyánu vekiyemánu vehiguiyánu lazeman hazê.

Bendito sejas Tu, A-do-nai, nosso D’us, Rei do Universo, que nos deste vida, nos mantiveste e nos fizeste chegar até a presente época. 


Na segunda noite e em todas as outras subseqüentes recita-se:

 
Baruch Atá A-do-nai, E-lo-hê-nu Mêlech haolam, asher kideshánu bemitsvotav, vetsivánu lehadlic ner Chanucá.

Bendito sejas Tu, A-do-nai, nosso D’us, Rei do Universo, que nos santificaste com Teus mandamentos, e nos ordenaste acender a vela de Chanucá.


 
Baruch Atá A-do-nai, E-lo-hê-nu Mêlech haolam, sheassá nissim laavotênu, bayamim hahêm, bazeman hazê.

Bendito sejas Tu, A-do-nai, nosso D’us, Rei do Universo, que fizeste milagres para nossos antepassados, naqueles dias, nesta época.


Em seguida, acendem-se as velas da chanuquiá com o shamash.

Após acender as velas, coloca-se o shamash à esquerda da chanuquiá, de modo que fique mais alto do que as chamas da chanuquiá, e recita-se:

 

Hanerot halálu ánu madlikim al hanissim veal hapurkan veal haguevurot veal hateshuot, veal haniflaot, sheassíta laavotênu, bayamim hahêm, baeman hazê, al yedê cohanêcha hakedoshim. Vechol shemonat yemê Chanucá, hanerot halálu côdesh hem, veen lánu reshut lehishtamesh bahen êla lir’otan bilvad, kedê lehodot lishmecha, al nissêcha, veal nifleotêcha, veal yeshuotêcha. 


Acendemos estas luzes em virtude das redenções, milagres e feitos maravilhosos que realizaste para nossos antepassados, naqueles dias, nesta época, por intermédio de Teus sagrados sacerdotes. Durante todos os oito dias de Chanucá, estas luzes são sagradas, não nos sendo permitido fazer qualquer uso delas, apenas mirá-las, a fim de que possamos agradecer e louvar Teu grande nome, por Teus milagres, Teus feitos maravilhosos e Tuas salvações.

 

Costuma-se colocar a chanuquiá sobre uma mesa no lado esquerdo da porta de entrada, frente à mezuzá, ou na janela que dá para a via pública.
 
1ª noite 
25/Kislev 
Sexta-feira, 19 de dezembro
antes das 19:31h
5ª noite 
29/Kislev
Terça-feira, 23 de dezembro
a partir das 20:19h
 
2ª noite 
26/Kislev
Sábado, 20 de dezembro
a partir das 20:30h
6ª noite 
30/Kislev
Quarta-feira, 24 de dezembro 
a partir das 20:19 h
 
3ª noite 
27/Kislev
Domingo, 21 de dezembro
a partir das 20:18h
7ª noite 
1/Tevet
Quinta-feira, 25 de dezembro
a partir das 20:20h
 
4ª noite 
28/Kislev
Segunda-feira, 22 de dezembro
a partir das 20:18h
8ª noite 
2/Tevet 
Sexta-feira, 26 de dezembro
antes das 19:35h
 

 

Perguntas e respostas sobre

As Luzes de Chanucá


A que horas devemos acender as velas de Chanucá?
As luzes devem ser acesas após anoitecer. Algumas autoridades aconselham acendê-las logo do pôr do sol. Outras, de 13 a 40 minutos mais tarde. Entretanto, se alguém não tem a possibilidade de acendê-las depois do anoitecer, pode fazê-lo antes, com a condição de que as velas fiquem acesas durante pelo menos meia hora depois da saída das estrelas.

Onde devemos colocar a chanuquiá?
O Talmud ensina que a chanuquiá deve ser colocada ao lado da porta de entrada, de tal forma que fique do lado esquerdo da pessoa que estiver entrando na casa. A mezuzá fica do lado direito.
Atualmente, costuma-se colocar a chanuquiá dentro de casa, sobre uma mesa, em lugar especial. Em certas comunidades a mesa, é colocada perto de uma janela, de frente para a rua, para cumprir com o mandamento de “propagar o milagre”. Em outras, no lado esquerdo da porta de entrada, frente à mezuzá. Ou, ainda, há quem coloque a chanuquiá em uma mesa baixa para que as crianças alcancem as velas. 

Há alguma lei que determine que a mulher ou o homem deva acender a luz de Chanucá?
Todas as pessoas devem cumprir o preceito de acender as velas, portanto mulheres e homens são igualmente obrigados a acender as luzes de Chanucá.

Podemos ler aproveitando a luz da chanuquiá?
Não. As velas da chanuquiá não podem ser usadas para nenhum outro propósito, senão o de propagar o milagre de Chanucá. Assim, não podemos, por exemplo, jantar aproveitando a luz da chanuquiá.

É verdade que não se pode trabalhar enquanto as luzes estiverem ardendo?
Nossa atenção deve estar centrada na luz durante a meia hora em que ardem as velas. Por isso, as mulheres costumam não fazer tarefas domésticas durante o tempo obrigatório do acendimento das velas.

Podemos acender as demais luzes com uma das luzes da chanuquiá?
É proibido usar uma luz que representa uma noite de Chanucá para acender as demais ou para qualquer outro propósito. Para isto, utiliza-se o shamash.

O que fazer se uma das luzes da chanuquiá se apagar ? 
Depende do local onde a chanuquiá estiver e se é shabat. Se o lugar onde colocamos a chanuquiá é o adequado, já que a mitzvá é o ato de acender as velas, e uma delas se apagar depois da bênção, não há necessidade de reacendê-la. Mas se o lugar onde foi colocada a chanuquiá não é um local adequado, somos obrigados a reacendê-la. No shabat não podemos reacendê-la. 

O que fazer se a luz do shamash se apagar? 
Se não for shabat, poderá ser reacesa usando fósforos ou outra vela, mas nunca uma das luzes da chanuquiá.

Podemos apagar as luzes da chanuquiá?
Sim, após estas ficarem acesas o tempo mínimo,ou seja, meia hora após a saída das estrelas. Só no shabat é proibido apagá-las. 

Na sexta-feira, quando temos que acender as velas?
Na sexta-feira à tarde, logo antes de acender as velas de shabat. Como precisamos acendê-las 18 minutos antes do início do shabat, é melhor usar naquele dia velas maiores para a chanuquiá, para que durem pelo menos meia hora após a saída das estrelas.

E no sábado? Acende-se antes ou depois da Havdalá? 
A maioria das autoridades rabínicas recomenda acender a chanuquiá após a Havdalá, já que esta é o término do Shabat. Em cada lar, deve-se acender a chanuquiá depois da Havdalá. Somente na sinagoga a chanuquiá pode ser acesa antes da Havdalá.