A Sinagoga Beit Yaacov Veiga Filho sediou a 1a Feira do Livro Judaico em Português. O evento ocorrido no domingo 16 de junho foi uma realização da Congregação e Beneficência Sefardi Paulista coordenada pela Editora Maayanot.
A 1ª. Feira do Livro Judaico foi realizada no salão de festas da instituição, e incluiu, além de lançamentos, contação de histórias e ciclo de palestras, entre outras atividades.
Como incentivo aos visitantes, todos os livros estavam em promoção, com descontos de 40%. Além disso, havia uma praça de alimentação Casher.
Diz o Talmud que o livro e a espada foram criados juntos. Portanto, na opinião do rabino David Weitman, onde há mais livros, há menos espadas. Ele acredita que o caminho para a formação de uma sociedade saudável, intelectualizada e sensível passa necessariamente pela produção e edição de livros. “Nós somos chamados de Povo do Livro, e a realização da Primeira Feira foi uma mostra do potencial do mercado literário judaico brasileiro – mais de 300 títulos foram apresentados a um público de todas as idades”.
Em uma época de tanta informação eletrônica rápida e jogos, músicas e filmes disponíveis em telefones celulares, ipads e notebooks, entre outros, iniciativas como a da1ª. Feira do Livro Judaico em Português tornam-se cada vez mais importantes. Pesquisas realizadas no Brasil indicam que a facilidade oferecida pelas plataformas digitais faz os brasileiros se interessarem mais pela leitura. No entanto, para que o adolescente ou jovem adulto se torne, de fato, um leitor precisa ser incentivado desde a infância, e o velho e tradicional livro impresso ainda é o primeiro passo dessa longa jornada.
Assim, além de colocarem à disposição do público leitor da comunidade judaica brasileira as novidades do universo literário e religioso judaico, feiras de livros surgem como alternativa para atividades conjuntas das famílias, proporcionando uma oportunidade para incentivar desde cedo o saudável hábito da leitura. A escolha do primeiro livro, a contação de histórias ou a leitura conjunta antes de dormir são momentos preciosos e inesquecíveis. A inclusão dos temas judaicos deve fazer parte dessa rotina, pois é amplo o
leque de opções oferecido pelas editoras. Dizem os educadores que a criança que se acostuma a dormir ouvindo histórias ou lendo na companhia damãe ou do pai, provavelmente o fará sozinha à medida que crescer.
A Editora Maayanot apresentou, além de novos títulos, edições de alguns de seus clássicos, entre os quais, Kitsur Shulchan Aruch, obra monumental de autoria de Rabi Salomo ben-Joseph Ganzfried que reúne, de forma organizada e fácil, leis do cotidiano contidas no Talmud e volta ao catálogo em três versões. Já a série Faróis da Sabedoria ganhou três novos volumes: Beit Yossef, contando a vida do Rabi Yossef Caro, autor do Shulchan Aruch; o Rambam (nos formatos de livro impresso e de áudio book), que conta a vida e a importância de Maimônides; e o Alter Rebe, fundador do Chassidismo de Chabad Lubavitch, cujas obras abrangem todo o espectro da legislação e pensamento judaico e representam a expressão de um gênio criativo sem paralelo. No campo da autoajuda, a editora lançou Uma Família, Duas Ideias, de Rony Dayan, e A Arte de Ser Mais Gente, do Rabino Y. David Weitman. Foi lançada, ainda, a nova obra da série Brasil Judaico, intitulada Brasil Judaico – Mosaico de Nacionalidades, da professora Maria Luiza Tucci Carneiro.
Entre os lançamentos da Editora Sêfer destacam-se Decifrando a Criação, um estudo sobre os três primeiros versículos da Torá, do Rabino Yossef Biton. O autor faz uma profunda e sofisticada imersão no assunto escolhido e, apoiado nas fontes clássicas judaicas e nos dados correntes da ciência moderna, oferece ao leitor uma visão ousada e original das palavras iniciais do Gênesis. No campo da história judaica, a Sêfer lançou Travessia: de Ismaeleyah a Higienópolis – a História de um Judeu Egípcio Contemporâneo, de Alain Bigio, que conta a saga de seus antepassados e suas memórias de uma vida judaica que começou no Egito e continuou no Brasil.
A trajetória heroica de Janusz Korczak, que acompanhou crianças judias órfãs às câmaras de gás em Treblinka, durante a 2ª. Guerra Mundial, fez-se presente na mostra no livro trazido pela Editora Comenius, Os órfãos de Korczak – vivências de uma educação transformadora, de autoria de professora Ana Szpiczkowski.
As editoras da Yeshivá Lubavitch, Centro Judaico Bait, Beit Chabad Brooklin, Makom e Tropicasher fizeram os seguintes lançamentos, respectivamente: o Tratado de Berachot em Português, Do Céu para a Terra – Volume 2, Cabalá – Meditação para as nações, entre diversos outros livros.
O ciclo de palestras contou com a presença do Rabino Yosef Bitton, os professores Ana Szpiczkowski, Yaacov A. Nurkin, Maria Luiza Tucci Carneiro e Dr. Shmueli (ex-diretor do Ministério da Educação de Israel).