Reverenciado líder espiritual, que durante 10 anos ocupou o posto de Rishon Le Zion, Rabino Chefe Sefaradi de Israel, o Rabino Mordechai Eliahu faleceu no dia 7 de junho após prolongada doença, pontuada por milagrosas recuperações.
Grande autoridade na Halachá e na Cabalá, ele era muito respeitado por sua erudição e brilhantismo por todas as correntes da vida judaica, bem como pelo público, em geral, e pelos líderes religiosos de sua geração.
O amor que o Rabino Eliahu nutria por todos os judeus lhe era retribuído por seu povo. No dia em que faleceu, mais de 100.000 judeus acorreram para prestar-lhe suas homenagens. Ambos os lados da rodovia Jerusalém-Tel Aviv já próximo à Jerusalém estavam apinhados de carros, cujos passageiros haviam estacionado para se dirigir a pé para o Har (Monte) Menuhot, para acompanhar as cerimônias fúnebres e prestar sua homenagem ao grande Mestre.
Sua vida
O Rabino Mordechai Eliahu nasceu em uma família de judeus iraquianos, na Cidade Velha de Jerusalém, no mês de Adar de 1929. Seu pai, o Chacham Salman Eliahu, que deixou Bagdá para ir para Eretz Israel, era um grande cabalista, discípulo do Rabi Yossef Hayim, o Ben Ish Hai, autor do Keren Shlomo. Sua mãe, Mazal, descendia de uma família de grandes rabinos. Era filha de Rav Shaul Tzadka, o bisneto do Rav Tzadka Chutzin, autor de Tzedaka U’misphat e de Simcha, sobrinha do Ben Ish Hai, o líder espiritual do judaísmo oriental.
A infância do Rabino Mordechai foi marcada por grandes dificuldades materiais, mas foi espiritualmente muito rica. Seu primeiro professor foi seu próprio pai. Foi ele quem o introduziu pelo mundo da Torá e da Cabalá, e já era considerado um menino prodígio quando, aos 11 anos, fica órfão de pai. Aluno brilhante, continuou o estudo dos textos sagrados com os principais rabinos e cabalistas de Jerusalém. Entre estes, o Rabino Ezra Attiah, Rosh Yeshiva da Porat Yosef, em Jerusalém; Rabino Tzadka Hutzei, considerado uma das principais autoridades rabínicas da cidade; e o renomado Rabino Yeshyahu, autor da obra Chazon Ish.
Formou-se com louvor no Instituto de Rabinos e Juízes, então sob a direção do Rabino Yitzhak Nissim. Com apenas 28 anos, tornou-se Dayan, Juiz em Lei Judaica, e rapidamente ganha a reputação de conseguir decifrar as mais complicadas questões. Logo em seguida, o Grão Rabinato de Israel o nomeou para oBeit Din (Tribunal Rabínico) de Beersheva. Passou quatro anos nessa cidade, para, em seguida, assumir um cargo no Beit Dinde Jerusalém. Três anos mais tarde, torna-se membro da Suprema Corte Rabínica de Israel. Em 1967, após a Guerra dos Seis Dias, foi indicado Rabino responsável pelos lugares sagrados do país.
Rabino-chefe sefaradita de Israel
O Rabino Mordechai Eliahu tornou-se conhecido por sua grande erudição em todos os campos da Torá e da Cabalá. Diariamente, após as orações matinais, eruditos, rabinos e discípulos reuniam-se do lado de fora de seu gabinete esperando por seus pareceres legais. Após esses encontros, ele se dirigia à Corte Rabínica, onde passava horas revisando casos e redigindo suas célebres Responsas.
Em 1983, foi eleito para ocupar o cargo de Rishon Le Zion, Rabino-chefe sefaradita de Israel. Logo que foi convidado, o Rabino Eliahu recusou, mas o Rabino Yisrael Abuhatzeira, oBaba Sali, lhe disse que aceitasse o cargo. Ele então volta à Cidade Velha de Jerusalém, para ser alçado ao cargo deRishon Le Zion, na famosa sinagoga do Rav Yochanan Ben Zakai. Ocupou o posto até 1993, juntamente com o Grão Rabino asquenazita Avraham Shapira.
O público, em geral, o tinha como uma fonte confiável para solucionar problemas e responder questões difíceis. E sua bondade, humildade e sorriso brilhante atraíam judeus das mais diferentes tendências. Dezenas o procuravam diariamente; alguns angustiados por problemas, outros para esclarecer dúvidas sobre assuntos da Torá. Ele os atendia e lhes incutia forças. Muitos atestam sobre os milagres que ele realizou.Sua popularidade chegou a tal ponto que o dia já não era suficiente para atender a todos.
O Rabino Eliahu sempre se manteve acima das divisões políticas e religiosas de Israel. Na qualidade de Rabino-chefe, sempre procurou dar ao público não religioso um melhor entendimento das tradições judaicas e da importância da Torá. Ele proferia aulas em moshavim e kibutzim seculares, bem como em escolas públicas não religiosas.
A continuidade e o fortalecimento do judaísmo na Diáspora sempre estiveram entre suas prioridades.Viajava, extensivamente, por todo o mundo, levando sua mensagem às comunidades judaicas sobre a importância de combater a assimilação, aumentar a observância ao Shabat, educar os nossos filhos, observar a pureza familiar. Nos últimos 20 anos de sua vida, dedicou a maior parte de sua energia ao estabelecimento de uma instituição adjacente à sua sinagoga e escritório, com a missão de treinar rabinos para depois enviá-los a diferentes comunidades no mundo.
Em 1993, o Rabino Eliahu deixou o cargo de Rishon Le Zion. A partir de então se tornou também o líder espiritual dos sionistas religiosos, ao lado de um velho amigo, o Rabino Shapira. Ao menos uma vez por semana, visitava soldados para lhes dar apoio moral. Conta seu amigo e assistente, o Rabino Yehuda Mutzafi, que, certa vez, um comandante das Forças de Defesa de Israel quis saudá-lo com uma homenagem militar. O Rabino Eliahu recusou, gentilmente, explicando que preferia aproveitar aquele tempo para conversar individualmente com cada soldado.
Era contrário à retirada israelense dos territórios ocupados após a Guerra de 1967 e, nos últimos anos, à evacuação de Gaza. Em 2005, entregou uma carta ao então presidente George W. Bush, durante a visita deste último a Israel, na qual escreveu que nenhum dano à Nação Judaica deveria resultar das pressões sobre o governo israelense. “O Estado Judeu é eterno, e se recorda para sempre daqueles que o ajudaram ao longo de sua história, da mesma forma como se recorda daqueles que lhe causaram dano”, escreveu o Rabino.
Seus ensinamentos foram disseminados pelo mundo através de seus livros, suas Responsas e uma transmissão semanal ao vivo, via satélite, do discurso que fazia em sua sinagoga. Suas obras incluem trabalhos como O Caminho para a pureza, traduzido para cinco idiomas; Halachot Moed, sobre as leis para cada uma das festas judaicas. Ademais, editou os livros de orações diárias, o Sidur, e o das festas, o Machzor, dando as explicações das leis pertinentes antes de cada oração. Um de seus trabalhos mais importantes foi fazer as anotações necessárias ao Kitzur Shulchan Aruch – o Código de Leis abreviado, que serve a todas as comunidades judaicas, do mundo todo.
Há dois anos, o Rabino Eliahu adoeceu gravemente, mas milagrosamente se recuperou. No entanto, seu estado foi piorando gradativamente nas últimas semanas de junho de 2010. Dezenas de milhares de pessoas se reuniam, em diferentes pontos de Israel, em orações coletivas, pedindo seu pronto restabelecimento. Apesar de todo o seu sofrimento, permaneceu consciente e lúcido. Deixou esposa e quatro filhos, um dos quais, o Rav Shmuel Eliahu, é atualmente Rabino-chefe da cidade de Safed, no norte de Israel, e RavYossef Eliahu, Rosh Colel do Instituto Darchei Hora'á LeRabanim.
Que a memória deste grande Tzadik seja conservada e abençoada por todo o sempre. Ken Iehi Ratzón.
Hesped do Harav Hagaon Harav Hamekubal
Discurso proferido pelo Rabino Y. David Weitman na Sinagoga Beit Yaacov por ocasião do falecimento do Grã Rabino Mordechai Eliahu
Quando se trata de um grande sábio e justo, os Rabinos determinaram que, mesmo no Shabat, é permitido fazer uma homenagem com palavras dehitorerut, que despertam em nosso coração um maior amor a D’us.
O autor do livro Guidulei Trumá1 permite fazer o hesped em Shabat ou em dias festivos, da mesma forma que consta na Torá2: “Vaachechem col Beit Yisrael yivcu et hasrefa asher saraf Hashem” – “e seus irmãos, todo o Povo de Israel, irá se enlutar por aqueles que D’us queimou”. Esse versículo trata a respeito da morte dos dois filhos de Aharon, que ocorreu em meio às festividades da inauguração do Mishcan, o Templo móvel do deserto. Também no nosso caso, o Rabino Mordechai Eliahu zt”l foi um grande homem, justo e sábio, e, portanto, podemos, inclusive no Shabat, proferir palavras – divrei hitorerut – em sua homenagem.
Na porção desta semana encontramos a rebelião de Korach, Datan e Aviram contra Moshé. Estes homens resolveram acusar Moshé Rabênu de nepotismo, por ter apontado seu irmão Aharon como Sumo Sacerdote, o que na verdade foi uma ordem Divina. Sabemos qual foi o fim trágico dessa história. Moshé, apesar de ter recebido a ordem de D’us de transmitir ao povo: “hibadlu mitoch haedá hazot vaachale otam keraga”3 – “afastem-se totalmente desses homens, pois os eliminarei instantaneamente” –, e mesmo antes disso, Moshé tentou de todas as maneiras aproximar esses rebeldes para que mudassem de opinião, fizessem teshuvá e se arrependessem. Como está escrito: “Vayishlach Moshe licró leDatan vela Aviram” – “E Moshé mandou chamar Datan e Aviram”. Daí nossos Sábios aprendem4: “Não se pode manter uma discórdia”.
Moshé deu um passo além do que deveria, principalmente em se tratando de Datan e Aviram, que desde o Egito já haviam provocado tumulto, quando delataram Moshé ao Faraó por ter matado o egípcio5. Eles eram pessoas sem escrúpulos, que há muito vinham desafiando abertamente a liderança de Moshé. Foram eles que ignoraram a ordem de Moshé e colheram o maná além da cota, como diz o texto bíblico6: “Vayotiru anashim mimenu ad boker” – “E algumas pessoas deixaram-no sobrar até de manhã”. A insolência deles culminou com a rebelião de Korach. Mesmo assim, Moshé vai atrás e tenta aproximá-los, dizendo a D’us: “Haish echad yecheta veal col haedá tic’tsof?”7 – “Apenas uma pessoa pecou e Tu dirigirás Tua cólera contra toda a congregação?”. Como pôde Moshé dizer que era uma só pessoa? Afinal, muitos tinham aderido à rebelião! A resposta é que Moshé estava disposto a perdoá-los, não obstante tudo o que fizeram. O verdadeiro líder não quer ver iniqüidade em seu rebanho e faz de tudo para salvá-lo.
Sem dúvida, podemos aplicar essas palavras ao grande Mestre, o Rabino Mordechai Eliahu. Ele tinha um amor incondicional ao próximo, amava a todos os judeus, não importava o que fizeram, não importava o seu passado.Assim como Moshé ele sempre demonstrava um fantástico amor para todo tipo de judeu.
Nossos Sábios nos ensinam8: “O falecimento de um justo é algo tão penoso quanto a destruição do Templo”. No entanto,apesar do falecimento de um justo ser algo gravíssimo, uma tragédia, expia os pecados da geração. O falecimento de Miriam, por exemplo, está descrito na Torá próximo ao versículo que trata da Vaca Vermelha, pois ambos expiam9.
Há um Midrash10 que diz sobre o versículo11: “Êle pekudei haMishcan Mishcan haedut” – “Essa foi a contagem do Santuário, o Santuário do Testemunho”. Nossos Sábios dizem que a palavra “Mishcan” deriva da palavra mashcon, que significa “fiança” ou “garantia”. D’us fez do Mishcanuma “garantia”, podendo Ele tirar o Templo do Povo Judeu para assim lhes perdoar os pecados. Moshé então perguntou a D’us: “o que acontecerá quando não houver mais o Templo?” E, D’us lhe respondeu: “Irei retirar o justo daquela geração”.
Infelizmente, o Rabino Mordechai Eliahu passou por um período prolongado de sofrimento. Conseguiu sobreviver milagrosamente os quase dois anos de doenças, até os médicos ficavam perplexos, pois não entendiam suas repetidas e inexplicáveis recuperações. Inúmeras vezes sua alma quase se desprendeu do corpo. Sua fé incrível e inabalável conseguiu contagiar os médicos que o tratavam, transformando-os em homens de fé e fazendoteshuvá. Tenho certeza que o falecimento desse justo servirá de expiação para Povo de Israel.
Quando o general Avner ben Ner faleceu, o Rei David disse12: “Vayomer hamelech el avadav halo tedú ki sar vegadol nafal hayom haze beYisrael” – “E disse o rei aos seus súditos: ‘saibam que um líder e um grande tombou nesse dia em Israel”.
Nossos Sábios dizem que há pessoas que são líderes (sar, governante), mas não são grandes na Torá (gadol, grande). Também há aqueles que são grandes na Torá, mas não são líderes de Israel. Porém, essas duas qualidades reunidas foram encontradas em Avner ben Ner. Sem dúvida nenhuma, a qualidade de líder genuíno e grande na Torá estavam reunidas no Rabino Mordechai Eliahu. Ele era grande em Torá, Halachá e Cabalá. Fazia parte daquela geração de Sábios da Babilônia (Iraque), como o Rabino Yitschac Kaduri, o Rabino Mutsafi, o Rabino Yitschac Nissim, de abençoadas memórias, que conheciam toda a Torá e todo o Talmud na ponta da língua.
O amor do Rabino Mordechai Eliahu pela Terra de Israel também era intenso, e grande foi sua dor no episódio de Gush Katif. A sua grandeza residia principalmente em sua transparência e em sua humildade. Mesmo sendo gentil e cordial com todas as pessoas, recebendo-as por igual com muito carinho e amor, ele sempre transmitia a Palavra e a Mensagem de D’us enfaticamente. Ele falava com firmeza e ninguém podia mudar sua idéia e opinião. Ele simplesmente dizia o que a Torá manda dizer. Apesar de ser tão grande e tão reverenciado, inclusive pelas velhas gerações, ele se considerava pequeno e recebia qualquer um com humildade tão extraordinária, que o fazia levantar-se em respeito aos outros.O Rabino Mordechai Eliahu vivia em santidade e pureza extraordinárias. Nossa Congregação Beit Yaacov teve a oportunidade de recebê-lo várias vezes, aqui em S. Paulo. Ele discursou, aconselhou, abençoou, visitou, incentivou e encorajou várias iniciativas nossas. Eu mesmo tive o mérito de poder acompanhá-lo em suas visitas e testemunhei que dormia muito pouco e praticamente não se alimentava. Ele nunca comia carne e, raramente, aves. Sua única preocupação era as necessidades e os problemas do Povo de Israel. Ele era um homem dedicado que vivia em santidade e apenas percebia as qualidades ao olhar para qualquer pessoa.
Todas as suas qualidades mencionadas: humildade, santidade, transparência, força, vigor, firmeza em suas palavras, fizeram com que, graças a D’us, atsató emuná – seus conselhos fossem fidedignos e inspirados. Seus conselhos eram sagrados e certamente tinham apoio Divino. Não é à toa que tantas pessoas o procuravam. Não é à toa que ele conseguia juntar vários tipos de pessoas. Encontrávamos em sua ante-salaRashei Yeshivot, soldados, jovens, velhos, não-religiosos e religiosos, lituanos, líderes chassídicos. Ao seu redor ele reuniu todas as camadas do povo de Israel: ashkenazim e sefaradim, ricos e pobres, sábios e ignorantes. Para ele não havia diferença. E assim foi no seu enterro.
O Rabino Kaduri, que era bem mais velho do que ele, e o Rabino Mordechai Sharabi, ambos grandes cabalistas, o reverenciavam e o respeitavam. O Rebe de Lubavitch falava com ele ao telefone depois da meia-noite, hora dotikun chatsot, algo que era muito raro acontecer. O Rabino Yehuda Tzadka,Rosh Yeshivá de Porat Yossef, que era seu tio e era bem mais velho, fazia questão de visitá-lo nas festas para cumprir o mandamento13 de “Chaiav adam lehacbil pnei rabo bareguel” – “A pessoa deve visitar seu mestre nas festas”. Integrantes do Estado Maior e ministros o procuravam e sentiam confiança para revelar seus segredos a ele.
O Midrash14 nos conta que, quando o Patriarca Avraham faleceu, os líderes das nações disseram: “Pobre do mundo que perdeu o seu líder, e pobre do navio que perdeu o seu capitão”. Quando um rei falece, o seu herdeiro assume; quando sai um ministro, outro entra em seu lugar. Mas quando um navio no meio do mar é açoitado por ondas e tempestades, e de repente o capitão não mais se encontra, a situação é grave e caótica, pois quem cuidará dos tripulantes e passageiros?
Por isso o Talmud15 conta que Rabi Zeira tinha em sua vizinhança pessoas perversas, e ele as aproximava para que fizessem teshuvá. No entanto, os Sábios da época o criticavam, pois não viam mudanças nelas. Porém oTalmud continua e diz que, quando Rabi Zeira faleceu, esses perversos se reuniram e disseram: “quando ele vivia, ele pedia por nós, mas, agora, quem fará isso por nós?”. Com isso eles refletiram melhor sobre suas vidas e fizeram uma teshuvá completa. Nós também, que estamos refletindo sobre o pesar do passamento desse grande justo, temos que assumir o que cada um de nós pode fazer melhor. Ele em vida se preocupou principalmente em disseminar a Lei Judaica e o assunto da Pureza Familiar. Cada um de nós sabe o que pode corrigir e melhorar nesses dois aspectos: tanto em Torá, como em Pureza Familiar.
Terminamos essas palavras com uma história que ele me contou. Várias vezes eu tive a oportunidade de visitar e me aconselhar com o Rabino Mordechai Eliahu sobre assuntos comunitários. Ele me incentivou a escrever livros, inclusive analisando os manuscritos e dando a sua aprovação. Numa noite de inverno, bem tarde, ele me contou a seguinte história: Durante a guerra de Yom Kipur, havia uma colina no Sinai de onde os soldados israelenses observavam os egípcios. A colina era de difícil acesso. Alimentos eram levados por soldados a seus companheiros que ficavam observando com binóculos os movimentos do inimigo. Certa vez um soldado desmaiou. Para reanimá-lo foi necessário usar praticamente toda água que havia sido levada.Os soldados religiosos não sabiam o que fazer, já que não havia água o bastante para lavar as mãos. Comunicaram-se, então, via rádio, com o Rabino Mordechai Eliahu, que sempre se preocupava muito pelos soldados. Ele respondeu que havia algumas soluções, como cobrir a mão ou lavar apenas uma delas. No meio da conversa, a telefonista do exército reclamou por eles estarem tomando o tempo do exército para tratar desses assuntos. O Rabino, respondeu que eles estavam conversando em código, e assim a telefonista se acalmou. O Rabino, pensando que a moça já não estava mais na linha, levantou seus braços para o Céu e disse: “D’us, veja o que Seus filhos fazem por Ti. Até em meio à guerra perguntam suas dúvidas deHalachá. Veja o quanto eles Te amam!”. A operadora de rádio, ao ouvir que ele estava falando com D’us, começou a gritar, entusiasmada: “Já que suas palavras vão direto para o Céu, então você pode usar quanto tempo quiser do rádio”.
O Rabino Mordechai Eliahu tem força lá em cima. Pedimos, pelo grande amor que ele tinha pela Terra de Israel, pelo Povo de Israel e pelas causas judaicas, que lá em cima, ele junto com os outros grandes justos, possa pedir ao Todo Poderoso proteção para “o carneiro cercado de 70 lobos”16; para que D’us possa logo trazer a redenção, em breve, em nossos dias.
“Umacha Hashem Elokim dim’á meal col panim”17 – “D’us irá enxugar as lágrimas de todos os rostos”, “Hakitsu veranenu shochnei afar”18 – “Despertem-se e alegrem aqueles que jazem no pó”.
Referências Bibliográficas:
1 Em seu livro Biná Leitim.
2 Levítico 10:6.
3 Números 16:21.
4 San’hedrin 110a.
5 Rashi, Êxodo 18:4.
6 Êxodo 16:20. Ver Rashi.
7 Números 16:22.
8 Eichá Rabá 1:37.
9 Moed Katan 28a.
10 Shemot Rabá 35:4.
11 Êxodo 38:21.
12 Samuel II 3:38.
13 Sucá 27b.
14 Yalcut Shimoni Chaiê Sará 110.
15 San’hedrin 37a.
16 Tanchuma 5, Ester Rabá 10:11.
17 Isaías 25:8.
18 Idem 26:19.