A festa de Pessach celebra a liberdade do Povo Judeu da escravidão egípcia. A Hagadá que lemos durante o Seder narra a história da Nação Judaica: a ida de nossos antepassados para o Egito, a escravidão e o sofrimento a que foram submetidos e os milagres realizados por D’us para libertá-los.
A Torá conta que os judeus foram para o Egito porque José, um dos 12 filhos de Jacob, fora nomeado Vice-Rei, pelo Faraó. José não apenas evitou que milhões de pessoas morressem de inanição, mas fez do Egito uma superpotência.
No Egito, a família de José – seu pai Jacob, seus irmãos e suas famílias – trabalharam, fundaram escolas e centros de estudo, se multiplicaram, formando, assim, o núcleo do Povo Judeu. Fizeram enormes contribuições ao país e, ao mesmo tempo, mantiveram-se fiéis à sua religião e tradições.
Entretanto a situação dos descendentes de Jacob no Egito mudou após a morte de José. A Torá conta que um novo Faraó subiu ao poder e que este se recusava a reconhecer aquele que salvara seu país. E, ao invés de demonstrar gratidão a seus descendentes, passou a persegui-los e escravizá-los. Teria sido realizada uma “Solução Final” no Egito se D’us não tivesse enviado Moshé para libertar Seu Povo e o levar à Terra de Israel.
A história narrada no Seder de Pessach tem-se repetido inúmeras vezes ao longo da história judaica. Durante dois milênios, nosso povo foi obrigado a viver fora de sua Terra. Desprovidos de sua pátria, os judeus se estabeleceram em outros países, onde trabalharam muito e construíram comunidades. Onde quer que estivessem, contribuíram para os países que os haviam recebido. Contudo, cedo ou tarde, subia ao poder um líder que passava a persegui-los, expulsá-los e, em alguns casos, a exterminá-los.
Hoje, passados apenas 70 anos desde a libertação do campo de extermínio nazista de Auschwitz, vemos o antissemitismo recrudescer especialmente na Europa. Recentemente, a comunidade judaica da França – uma das maiores do mundo – foi alvo de mais um ataque terrorista. É tão respeitável a contribuição judaica à França, que seu Primeiro-Ministro, Manuel Valls, declarou: “A França, sem os judeus franceses, não seria a França”. Não obstante, a realidade é que os judeus da França e de muitos outros países já não se sentem seguros...
O crescimento do antissemitismo no mundo é motivo de alarme para a humanidade. O Holocausto é uma fonte de trágicos ensinamentos não apenas para nosso povo, mas para todos os homens: ensina que os judeus são os primeiros, mas não os últimos e nem os únicos alvos do mal. Cedo ou tarde, o mal se volta contra toda a humanidade. Vinte anos atrás, Israel era o alvo central do terrorismo. Hoje, o mundo inteiro vive sob sua ameaça.
Ao longo de sua história, o Brasil atraiu judeus de todo o mundo, entre eles, os da Síria e do Líbano. O Brasil é a antítese do Egito de Faraó e de outros países que perseguiram suas minorias. Essa é uma das grandes virtudes desta Terra. No Brasil, o antissemitismo, a perseguição contra minorias e o terrorismo são praticamente inexistentes. A política de braços abertos deste País é o que o fortalece, pois a pluralidade de culturas e tradições enriquece e enobrece uma nação.
Na década de 1960, judeus sírio-libaneses, que recém se estabeleciam em São Paulo, fundaram a Congregação Sefardi Paulista, e, 50 anos atrás, inauguraram sua primeira sinagoga em terras brasileiras: a Beit Yaacov da Rua Bela Cintra. A revista Morashá dedica esta edição à comemoração deste marco.
Dentro de poucos dias vamos celebrar Pessach, festa judaica cujas mensagens são universais. Ensinam-nos que devemos sempre fortalecer o bem e lutar contra o mal, que a liberdade sempre prevalecerá sobre a tirania e que a tolerância e a pluralidade fortalecem um Povo e sua Terra.
Que essas mensagens reverberem no coração do Brasil e que as congregações judaico-brasileiras continuem fortalecendo o judaísmo brasileiro e o Brasil, como um todo.
Um Pessach Kasher V´Sameach!
Um local para preservar a história dos judeus de São Paulo para as futuras gerações, e assim resguardar o futuro - esse é o objetivo do Museu Judaico de São Paulo.
Há 50 anos, em setembro de 1964, a Congregação Sefardi Paulista inaugurava sua primeira sinagoga, na Rua Bela Cintra. Trinta anos mais tarde, em setembro de 1995, era inaugurada a sinagoga Beit Yaacov da Rua Veiga Filho. Abrigando mais d ...
Um dos mandamentos centrais da festa de Pessach se refere ao Chametz. Começando na manhã da véspera de Pessach e se estendendo até o término desta festividade de oito dias (sete em Israel), é proibido ingerir, possuir ou mesmo se bene ...
A chaga do antissemitismo volta a mostrar suas garras em pleno século 21, e em pleno coração da Europa. Marcaram o cenário, a partir de 2012, ataques bárbaros contra alvos judaicos, numa escola em Toulouse, no museu em Bruxelas, no mer ...
Há mais de 40 anos fui procurado na redação da revista Manchete por um judeu baixinho, careca, bigode fino, um tanto nervoso. Chamava-se Stanislaw Szmajzner, vindo de Goiás onde era fazendeiro. Trazia um calhamaço de papéis, o manuscr ...
Em 27 de janeiro de 1945, o I Exército Ucraniano Soviético chegou à cidade polonesa de Oswiecim, forçando os nazistas a recuarem cada vez mais em direção à Alemanha. Aqueles soldados já tinham presenciado e, até mesmo participado, ...
A festa de Shavuot, comemorada na Diáspora no sexto e sétimo dia do mês hebraico de Sivan, é a data na qual celebramos Matan Torá – a Entrega da Torá. É importante notar, contudo, que a transmissão da Torá não ocorreu em um úni ...
Pessach Sheni – literalmente, o segundo pessach - cai no 14o dia do mês hebraico de Iyar – exatamente um mês após a véspera da festividade de Pessach. Pessach Sheni transmite uma mensagem que é um dos fundamentos do judaísmo, ensi ...
Neste ano, o dia 14 de Nissan, véspera de Pessach, cai no pôr-do-sol do dia 3 de abril, uma sexta-feira.
Nos anos que se seguiram à criação de Israel, em 1948, cerca de 900 mil judeus que viviam no mundo muçulmano foram forçados a abandonar os países onde viviam, deixando para trás séculos de história e bilhões de dólares em patrim ...
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