Não é necessário que eu diga a vocês quão bizarro o ano de 2001 foi de fato, um ano tão perturbador e com tantas perturbações. Em 11 de setembro, aconteceu o ataque às torres gêmeas do World Trade Center e ao Pentágono.
No despertar do século XX, na Rússia czarista, um drama macabro, medieval se abateu sobre a comunidade judaica. Mendes Beilis, judeu de Kiev, foi preso e falsamente acusado de matar um jovem cristão por motivos religiosos, foi julgado em 1913.
A cidade de Kishinev, no sul da Rússia, entrou para a história judaica há cem anos quando um sangrento pogrom, incentivado e provavelmente organizado pelas autoridades russas, foi lançado sobre a população judaica da cidade.
Em meados deste ano, praticamente no segundo ano consecutivo da intifada, começou a circular nos meios acadêmicos de uma das mais famosas universidades do mundo um apelo para que os investimentos financeiros de suas reservas (algo em torno de U$ 20 bilhões) não fossem aplicados em Israel, por este país não respeitar as leis internacionais dos direitos humanos.
Diante dos últimos acontecimentos, fica cada vez mais perceptível que a discussão sobre os conceitos de tolerância e intolerância está na ordem do dia deste novo século.
A Europa arcará com uma responsabilidade moral por muitas e muitas gerações futuras.