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17 Nisan 5784 | 25 abril 2024

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Ed. 114

Carta do leitor

ANO XXIX
N. 114
abril 2022
CARTA AO LEITOR: ANO XXIX N.114 abril 2022

Liberdade é o tema principal de Pessach, data que celebra o Êxodo do Egito. A história dessa festa, narrada na Hagadá, inspirou inúmeras pessoas ao longo das gerações a lutar pela liberdade e dignidade humanas. Durante o Seder celebramos milhares de anos de sobrevivência judaica, ainda que “em cada geração eles se levantam e tentam nos destruir”, como nos lembra, ano após ano, a Hagadá.

Ao longo dos milênios – inclusive em nossa geração – o antissemitismo tem-se manifestado de diversas formas. Nós, judeus, lutamos contra o ódio ao nosso povo desde a época em que fomos escravizados no Egito. Mas é importante enfatizar que não cabe apenas a nós lutar contra esse fenômeno. Como escreveu o Rabino Lorde Jonathan Sacks, ZT’L: “A vítima não pode curar o crime. O odiado não pode curar o ódio”.

No século 19, muitos judeus acreditavam que, por serem objeto de antissemitismo, cabia-lhes também ser a cura e que eles próprios poderiam erradicá-lo. “Eles nos odeiam porque somos diferentes, então deixemos de ser diferentes; eles cessarão de nos odiar”. Acreditavam que, abandonando sua identidade e religiosidade, seriam aceitos, acabando com o antissemitismo.

Vã ilusão. Quando e onde nosso povo ocultou ou até abandonou sua identidade e prática da religião, além de não ser aceito por membros de outras religiões, foi criticado e condenado por trair nossa fé. Além de não reduzir o antissemitismo, isso resultou em sua exacerbação.

O antissemitismo é tão antigo quanto a própria nação judaica. Ao longo dos milênios, esse fenômeno aparentemente inexorável foi mais prevalente em alguns locais do que em outros e se manifestou com mais ou menos intensidade – até atingir seu ápice com o Holocausto, quando a Alemanha nazista e seus colaboradores, buscando extirpar o Povo Judeu da face da Terra, exterminaram mais de 6 milhões de nossos irmãos.

Ao final da 2ª Guerra Mundial, quando os horrores do Holocausto foram revelados à humanidade, esperava-se que o antissemitismo não fosse mais tolerado, deixando de existir. Esperava-se que a humanidade tivesse aprendido com o Holocausto e, assim, nunca mais florescessem o antissemitismo e nem outras formas de preconceito e racismo. Mas, infelizmente, o antissemitismo nunca desapareceu – apenas se ocultou temporariamente ou se metamorfoseou. Hoje, o que vemos em muitos países é que os antissemitas sequer tentam esconder seu ódio pelo Povo Judeu, manifestando-o de maneira aberta, vigorosa e cruel.

Mas o que é o antissemitismo? Antissemitismo significa negar aos judeus o direito de existir coletivamente como tal. É semelhante a um vírus com capacidade de mutação e adaptação. E, de fato, ao longo dos séculos, passou por diversas mutações.

Na Idade Média, éramos perseguidos por nossa religião. Já nos séculos 19 e 20, éramos vistos como uma raça distinta. E nos perseguiam.

Hoje, somos atacados principalmente devido à existência do Estado de Israel, país que garante a segurança do Povo Judeu: é o lar onde todos seremos sempre bem-vindos e para onde podemos recorrer, especialmente se não pudermos mais viver como judeus em nossos países de origem. Negar o direito de existência ao Estado de Israel significa negar aos judeus o direito à liberdade, autodefesa e autodeterminação.

Na verdade, o antissemitismo não é apenas um problema para o Povo Judeu, mas para toda a humanidade, porque a liberdade religiosa é um dos alicerces das sociedades livres e democráticas.

Portanto, o recrudescimento do antissemitismo constitui um sinal de alerta para a humanidade, sinalizando uma ameaça à vida, liberdade e dignidade humanas. Os maiores vilões de todos os tempos foram notórios antissemitas. A princípio, perseguiram os judeus, voltando-se, depois, contra o restante da humanidade. O antissemitismo é um fenômeno extremamente perigoso e nocivo que atinge a todos, e é por isso que, juntos, devemos combatê-lo.

Nesses momentos em que assistimos estarrecidos uma guerra que pode assumir proporções assustadoras, precisamos lembrar que para sobreviver como povo devemos manter nossa identidade e, como bem o disse Martin Luther King Jr., nenhum homem é realmente livre até que todos sejamos livres.

Destaques dessa edição

Suplemento Seder de Pesach

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