No sábado, 3 de junho, segundo dia de Shavuot, a família Joseph Nasser ofereceu um novo Sefer Torá em memória de seu querido filho e irmão, Sergio, jovem assassinado de forma trágica, no dia 28 de setembro do ano passado.

Com seu jeito contagiante, alegre e seu largo sorriso, "Serginho" era amado por todos que o rodeavam: parentes, amigos e colegas de trabalho. No trabalho todos diziam que Serginho estava trilhando uma carreira brilhante. Era gerente do Banco Safra, onde iniciara em 2002 como estagiário, galgava novos patamares, rapidamente, numa carreira que todos consideravam brilhante e muito promissora. Com apenas 21 anos ele conseguia ser um profissional que além de fazer bons negócios tornava o dia mais leve...

Não foi coincidência o fato de a família Nasser ter escolhido Shavuot para oferecer a Torá à Kehilá Beit Yaacov. Foi nesta data que D'us se revelou no Monte Sinai diante de todo o Povo Judeu e entregou-lhe a Torá, Sua Palavra.

Para o povo judeu, a Torá serve como uma demonstração de amor e união que deve existir entre todos seus integrantes. Tudo que envolve a Torá tem um propósito específico, uma lição a ser apreendida e entre as diversas leis referentes à sua escrita, há duas particularmente relevantes. A primeira: se nos pergaminhos estiver faltando apenas uma letra ou se esta não estiver bem legível, todo o Sefer Torá perderá a sua Santidade. Somente tendo todas as suas letras, totalmente legíveis é que o Sefer Torá é considerado completo e apto para uso público. E a segunda exigência é que cada uma das letras do Sefer Torá deve obrigatoriamente ter sua demarcação individual e seu contorno branco explicitamente determinado, nos pergaminhos.É terminantemente proibido duas letras se tocarem, ou seja, uma letra não pode invadir o limite predeterminado para outra.

Estas duas regras determinantes para a escrita de um Sefer Torá nos ensinam como cada um dos filhos do Povo de Israel deve proceder em relação a seu semelhante. Isto porque, de acordo com nossa tradição, cada alma judia possui uma letra que lhe corresponde na Torá, e a presença de todas as letras é essencial para que o Sefer Torá seja considerado válido. A mesma regra pode ser aplicada a nosso povo. Cada integrante tem sua importância e seu papel definido, sendo indispensável para a integração do povo. Assim como cada uma das letras deve ter seu espaço físico individualizado, cada judeu deve ter seu próprio espaço, não podendo invadir o do outro.

Estas lições de união e respeito são, de fato, a essência do que foi o jovem Sergio Nasser durante seus poucos anos de vida, neste mundo terreno. Ele respeitava todos em sua volta, dando a cada um uma atenção especial. Por isso, justamente, era tão querido e amado.

Possa o mérito da escrita de um Sefer Torá trazer muitas bênçãos e paz à família Joseph Nasser.